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Cigarro eletrônico pode reduzir dano à saúde, dizem especialistas

Dispositivos eletrônicos para fumar podem reduzir o dano à saúde causado pelo tabagismo se usados apenas entre fumantes que não querem ou não conseguem parar de fumar, mas podem ter um impacto negativo na redução da prevalência do fumo caso funcionem como uma “porta de entrada” para o hábito.

Essa foi a conclusão dos especialistas na primeira mesa-redonda do fórum “Mudança de Hábitos e Redução de Danos à Saúde”, promovido pela Folha de S.Paulo com patrocínio da Philip Morris nesta quarta-feira (23), no teatro Unibes Cultural, em São Paulo.

Participaram do debate a toxicologista Alice Chasin, professora da Faculdade Oswaldo Cruz, Nveed Chaudhary, coordenador de comunicação científica da Philip Morris, e Paulo Saldiva, médico patologista e diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP. Arthur Guerra, psiquiatra e presidente-executivo do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), proferiu a palestra de abertura.

“O que me causa um estranhamento é que o discurso de redução de danos existe para o álcool e para drogas ilícitas. Mas para o tabaco, uma das drogas que mais mata no mundo, não há essa política”, diz Chasin.

Para a toxicologista, a troca do cigarro convencional por dispositivos que aquecem o tabaco pode reduzir o risco de doenças relacionadas ao fumo. “Não há fumaça, então você reduz a exposição a uma série de substâncias tóxicas presentes no cigarro. Se você consegue eliminar esses compostos a gente vai ter redução de risco”, afirmou.

Para Saldiva, apesar da potencial redução, a aprovação desses produtos no Brasil pode ter um efeito negativo, em termos de saúde coletiva. “O Brasil foi um dos países que mais teve eficiência na redução do tabagismo. Isso não aconteceu porque conseguimos que fumantes parassem de fumar”, diz. “O que aconteceu foi que os fumantes morreram e foram substituídos por uma nova geração que não fuma”

Para ele, a entrada de um novo produto que alega redução de riscos no país pode mudar a percepção da população em relação ao consumo de nicotina e fazer com que mais jovens comecem a fumar.

“Nosso público-alvo são fumantes que não querem ou não conseguem parar de fumar”, afirmou Chaudhary, representante da Philip Morris. A empresa, conhecida por produzir o Malboro, investiu US$ 3 bilhões no desenvolvimento do seu novo produto de redução de danos, que ainda não é comercializado no Brasil.

“Relatórios internacionais mostram que a nicotina, apesar de não ser inócua, não é a causa das doenças relacionadas ao fumo. Então se temos um produto capaz de fornecer a nicotina sem as outras substâncias que causam maior dano, precisamos trabalhar em medidas regulatórias que permitam que os fumantes que não desejam parar de fumar tenham acesso a essa alternativa”, diz. (Folhapress) 

Larissa Laudano

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