Duas árvores da espécie guarapuruvu cairam em quatro residências na Rua 29, no Setor Parque Atheneu. Com mais de 20 metros de comprimento, e cerca de 80 cm de largura, as espécies estavam plantadas no Parque Carmo Bernardes e não resistiram à chuva e aos fortes ventos na tarde de ontem (sábado). A queda ocorreu por volta das 16 horas. Desde de ontem , equipes dos bombeiros e da Comurg estão presentes no local retirando galhos e troncos que derrubaram muros, estragaram telhados e chegaram a entrar na sala do vigilante Luzimar Cerqueira da Costa.Apesar do tamanho dos estragos ninguém se feriu.
Morador do lote 1, da Rua 29, Luzimar estava fora de casa quando a árvore caiu sobre a sua casa. Ele conta que havia pedido a remoção do guarapuruvu que arrebentou seu muro, a varada, estragou o telhado e danificou parte de sua sala. “Estive na AMMA (Agência Municipal de Meio Ambiente). Contei para eles que ela estava pendendo para o lado da minha casa. Eles vieram aqui. Fizeram uma inspeção visual, mediram a altura da árvore mas não tomaram providência. Disseram que ela estava boa. Como você pode constatar, boa ela não estava, senão não tinha caído”, desabafa.
Dona Terezinha, que também é moradora da Rua 29, conta que ela e outros moradores também já haviam alertado para o perigo das árvores. A rua 29 é muito próxima da pista de caminhada do Parque Carmo Bernardes, e esta não é a primeira vez que árvores caem nas residências. “No ano passado caiu uma árvore igual a este e no ano atrasado também”, relata. Dona Rafaela, diz que três árvores ao todo já caíram nesta mesma rua. Ela reclama que outras espécies, como o Ficus, também estão provocando prejuízo aos moradores. “As raízes do Ficus estão estragando o encanamento e as tubulações na rua”, protesta.
Os moradores salientam que além de protocolar pedidos à AMMA para retirada das árvores também fizeram pedidos junto à Comurg e ao vereador Carlim Café (PPS), representante do bairro na Câmara Municipal. Além de estragos em residências, ocorreram também quedas de árvores em outras áreas do Parque Carmo Bernardes, causando interrupção na pista de caminhada e danos aos equipamentos públicos de ginástica do parque.
O presidente da AMMA, Gilberto Marques Filho, respondeu aos apelos dos moradores do Parque Atheneu. Ele se comprometeu na retirada das árvores que representem ameaças aos moradores. Em contato com a reportagem via whatssap, Gilberto Marques ressalta que desde as primeiras horas do dia acompanhou o trabalho das equipes da AMMA no local, além de pedir suporte para a Comurg para remoção das árvores caídas e ajuda às famílias.
Guapuruvu
De acordo com o wikipedia, o guapuruvu (nome científico: Schizolobium parahyba) é uma árvore da Mata Atlântica, presente no Brasil e presente em outros países latino-americanos. Ela tem um crescimento muito rápido, podendo crescer três metros por ano e atingir de 20 a 30 metros, com 60 a 80 centímetros de diâmetro na altura do peito. Em tupi-guarani guapuruvu significa “tronco de fazer canoa”. Os povos indígenas fazem a canoa através do entalhe no tronco. As sementes e folhas foram estudadas quanto a sua ação contra os efeitos lesivos de acidentes ofídicos por um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia. As raízes não tem muita profundidade, e provavelmente contribuíram para a queda nas residências no Parque Atheneu
Ficus
O Ficus benjamina, pertence à família das moráceas, a mesma da amora, figo, fruta-pão. Árvore nativa do sul e do sudeste da Ásia e alcança mais de 30 m de altura e 40 m de diâmetro. É a árvore oficial de Bangkok, Tailândia. Neste país há uma região onde existem centenárias árvores de fícus. Percebe-se a dominância da espécie, pois nada mais cresce mais na área, abafada por sua impenetrável sombra e suas raízes que preenchem completamente o subsolo.
Rosalba da Matta Machado, é engenheira agrônoma formada pela Universidade de Brasília e trabalha com paisagismo a mais de 15 anos. Em seu blog (Anavilhana) ela informa que o Ficus é proibido em algumas cidades brasileiros por que suas raízes irão procurar água e nutrientes, com se tivessem sempre uma intensa sede e fome. “Se encontrarem um cano pelo caminho, ótimo: servirá de fonte, mas a tendência é que as raízes continuem crescendo,procurando cada vez mais água e terra, e neste mesmo ritmo, seu tronco, galhos e copa crescem proporcionalmente”, explica .
Rosalba afirma que uso do Ficus é indicado para parques e fazendas. “Se quiser ter um em casa, mantenha-o em vaso. Segundo pesquisas da NASA, o fícus mantido dentro de casa filtra as toxinas do ar. Nas cercas-vivas, o mais seguro é manter um afastamento de 10 m de tubulações e construções, pois, mesmo podado, suas raízes crescem muito”, frisa.