Casas inundadas, estradas bloqueadas, falta de luz e até morte fazem parte do cenário causados pelas chuvas intensas que atingem o Sul do País. No Rio Grande do Sul, chove praticamente sem interrupção há duas semanas.
A idosa Claudina Rech, 79, morreu após sua casa ser atingida na localidade de Vila Oliva, em Caxias do Sul, na serra gaúcha, na madrugada desta quinta-feira (8).
De acordo com os bombeiros da cidade, cerca de 150 casas de Vila Oliva foram destelhadas por causa do temporal.
Também na região da serra, Gramado e Canela registraram queda de postes e árvores, o que interrompeu o trânsito em diversos pontos.
Entre Veranópolis e Bento Gonçalves, na RS-470, o Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) precisou remover terra e plantas que deslizaram da encosta. Os bombeiros de Veranópolis já receberam mais de 200 chamados, segundo o governo estadual.
Além disso, a região sul, em Uruguaiana e São Borja, sofre com a cheia do rio Uruguai.
A região metropolitana de Porto Alegre também foi afetada. Na capital, no bairro Arquipélago, com 16 ilhas, a população usa barcos para se locomover pelas ruas alagadas e crianças não vão à aula por falta de roupas secas.
Segundo o Ceic (Centro Integrado de Comando da Cidade) de Porto Alegre, apenas no Centro Histórico da cidade já choveu mais da metade da média para o mês entre quarta-feira (7) e o início desta quinta (8).
A média mensal é de 132 milímetros e o Ceic registrou 95 milímetros somente no bairro. No Cais Mauá, região central da cidade, o nível do rio Guaíba é de 2,14 m.
No Rio Grande do Sul, 136 cidades foram atingidas. Destas, 68 estão em situação de emergência e há cerca de 10 mil pessoas fora de casa.
No Paraná, chove desde domingo (4). De acordo com a Defesa Civil do Estado, não há nenhum município em situação de emergência, mas 39 cidades foram prejudicadas pelas chuvas.
São pelo menos 1.957 casas danificadas e 14.355 pessoas afetadas, das quais 174 estão fora de casa.
Um vídeo que circula em redes sociais mostra um suposto tornado em Rio Branco do Ivaí, no oeste do Paraná, na tarde desta quarta.
Porém, segundo o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), não é possível afirmar que o fenômeno foi um tornado.
“O que teve foi chuva forte, uma tempestade severa com ventos de 70 km/h a 80 km/h. Para ser tornado, precisa ser acima de 100 km/h. O vídeo não indica tornado, não está descartado, mas precisa de análise de campo e observação”, disse à reportagem Lizandro Jacóbsen, meteorologista do Simepar.
De acordo com Jacóbsen, a previsão é que as chuvas cessem no Sul nesta sexta-feira (9) com a chegada de uma frente fria, com temperaturas negativas nas regiões serranas e expectativa de neve. Há chance de neve na serra catarinense e gaúcha na manhã de sexta.
Em Santa Catarina, a Defesa Civil informa que 29.361 pessoas foram afetadas pelas chuvas.
Destas, 24.298 estão fora de casa, em abrigos ou casas de parentes e vizinhos. Noventa e três cidades foram prejudicadas e 8.886 casas atingidas. (Folhapress)