A China reabriu o mercado para as importações de carne brasileira, afirmou neste sábado (25) o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, após intensa mobilização do governo para a retomada dos desembaraços aduaneiros no país.
Segundo o ministro, apenas as unidades que o próprio Brasil suspendeu não poderão vender ao parceiro asiático, que foi no ano passado o maior mercado de exportação para a carne brasileira, com compras que somaram US$ 1,75 bilhão.
Além disso, a China também bloqueará e recolherá os produtos cujos certificados foram assinados por técnicos investigados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
A China divulgou uma suspensão temporária das importações de carne do Brasil na segunda-feira (20), após as denúncias da Polícia Federal sobre supostas propinas pagas para venda de produtos sem inspeção.
O presidente Michel Temer inclusive afirmou durante a semana que ligaria para o presidente da China, Xi Jinping, para esclarecer a situação da carne brasileira. Segundo fonte do Planalto, isso deverá ocorrer até segunda-feira.
CONFIANÇA MÚTUA
Em nota, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, diz que a pasta, o Itamaraty e as embaixadas brasileiras no exterior trabalharam nos últimos dias para regularização das exportações do produto.
“A regularização do ingresso da carne brasileira na China mostra o espírito de confiança mútua entre os dois países e a disposição para dialogar com boa fé. A China nunca fechou o mercado aos nossos produtos, mas apenas tomou medidas preventivas para que tivéssemos a oportunidade de oferecer todas as explicações necessárias e garantir a qualidade da nossa inspeção sanitária. Agradecemos o gesto de confiança da China, nosso parceiro estratégico, na credibilidade do sistema brasileiro.”
Na sexta (24), o ministério divulgara lista de países que impuseram restrições à carne exportada pelo Brasil. A relação traz 13 países, incluindo a China, que suspenderam de forma temporária ou preventiva as importações do Brasil: Hong Kong, China, Chile, Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá,
Qatar, México, Bahamas, São Vicente e Granadinas, Granada e São Cristóvão e Névis. Outros nove países adotaram algum tipo de restrição ao produto brasileiro.