O ministro da Educação, Abraham Weintraub, protagonizou neste início de semana mais um capítulo da crise diplomática com a China. No domingo (5), o ministro postou no Twitter uma capa do gibi da Turma da Mônica, em que aparece a bandeira da China e a Muralha do país e escreveu, como o personagem Cebolinha, uma mensagem em que troca a letra R pelo L.
“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu. A postagem foi apagada mais tarde.
Na madrugada desta segunda-feira (6), a embaixada da China no Brasil classificou as declarações como “absurdas”, “desprezíveis” e “racistas”.
“Em 5 de abril, o ministro da Educação do Brasil, Abraham Weintraub, ignorando a posição defendida pela parte chinesa em diversas gestões, fez declarações difamatórias contra a China em redes sociais, estigmatizando a China ao associar a origem da Covid-19 ao país. Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que tem cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”, diz a nota publicada.
Episódio semelhante aconteceu no dia 18 de março, quando o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, acusou a China de esconder informações sobre o novo coronavírus. A embaixada da China exigiu retratação do Ministério das Relações Exteriores, mas o chefe do Itamaraty, Ernesto Araújo, não fez um pedido de desculpas e pediu disse que a embaixada chinesa precisaria se retratar.