A Chapecoense recebeu uma péssima notícia antes de enfrentar o Zulia (VEN) nesta terça-feira (23): por causa da escalação irregular do zagueiro Luiz Otávio contra o Lanús (ARG),perdeu três pontos no tribunal da Conmebol e ficou sem chances de avançar às oitavas da Libertadores. Mas fez sua parte dentro de campo. Com dois gols em dois minutos nos acréscimos do segundo tempo, venceu de virada por 2 a 1 na Arena Condá e carimbou a vaga na Copa Sul-Americana.
Com a vitória, a Chape ficou na terceira posição do Grupo 7, com sete pontos. O Zulia, por sua vez, acabou na lanterna, com cinco. Já Lanús, com 13 pontos, e Nacional (URU), com oito, se classificaram às oitavas.
Ainda existe uma possibilidade de o time catarinense conseguir se classificar às oitavas de final da Libertadores. O clube entrou com pedido de recurso, mas o julgamento ainda não tem data para acontecer. Se a punição for revertida, a Chape passa para 10 pontos e fica em segundo na chave.
Empurrada pela torcida, que compareceu à Arena Condá mesmo com chuva, a Chapecoense dominou completamente o primeiro tempo. A principal rota de ataque dos catarinenses foi pela direita, com Rossi e, principalmente, Apodi, que passou livre de marcação constantemente pelo corredor. Nas melhores chances, Plazas quase fez contra após cruzamento de Apodi, e Luiz Antônio finalizou com perigo de fora da área.
Acuado em seu campo durante quase toda a primeira etapa, ainda assim o Zulia conseguiu ir para o intervalo em vantagem. O time venezuelano, fechado em um 5-4-1, pouco atacou. Mas foi fatal quando chegou à meta da Chape: aproveitando uma falha generalizada da defesa, Unrein fez o que quis dentro da área, se livrou da marcação e cruzou rasteiro para o veterano Arango só completar para a rede.
Desde o começo, ficou claro que o empate estava excelente para o Zulia. Com o objetivo de terminar em terceiro lugar e jogar a Copa Sul-Americana, o time visitante não teve vergonha de jogar na defesa e fazer cera quando possível: aos 20 minutos, o goleiro Vega já foi repreendido pelo árbitro por demorar para repor a bola. No segundo tempo, enfim o camisa 1 levou o cartão após novamente se alongar na cobrança de um tiro de meta.
O técnico Vagner Mancini mudou no intervalo e colocou Túlio de Melo no lugar de Luiz Antônio, deixando a Chapecoense com dois centroavantes no campo encharcado. E o massacre sem gol continuou: Wellington Paulista, Douglas Grolli e Túlio acertaram a trave, enquanto Arthur teve uma cabeçada salva em cima da linha pelo zagueiro Plazas. O Zulia ainda ficou com um a menos após a expulsão do lateral esquerdo Bello, aumentando a pressão dos donos da casa.
Quando parecia que a Chapecoense terminaria na lanterna do grupo, finalmente o time acertou a pontaria. Após mais de 20 finalizações, enfim o empate saiu com Arthur, já aos 45 minutos, aproveitando bate-rebate na área e chutando forte. E logo no minuto seguinte, Andrei Girotto aproveitou cruzamento da direita e mergulhou de cabeça para decretar a virada e fazer explodir a torcida na Arena Condá.
CHAPECOENSE
Jandrei; Apodi (Neném), Douglas Grolli, Nathan (Fabrício Bruno) e Reinaldo; Luiz Antônio (Túlio de Melo) e Andrei Girotto; Rossi, João Pedro e Arthur; Wellington Paulista. Técnico: Vagner Mancini
ZULIA
Vega; Rivillo, Palomino, Plazas, Cuevas (Martínez) e Bello; Arango, Moreno, Gómez e Orozco; Unrein (Guaycochea). Técnico: Daniel Farías
Estádio: Arena Condá, em Chapecó (SC)
Juiz: Gustavo Murillo (COL)
Horário: 19h30 de terça
Cartões amarelos: Douglas Grolli, Wellington Paulista e Andrei Girotto (Chapecoense); Bello, Vega e Gómez (Zulia)
Cartão vermelho: Bello (Zulia)
Gols: Arango (Zulia), aos 30min do 1º tempo; Arthur, aos 45min, e Andrei Girotto (ambos da Chapecoense), aos 46min do 2º tempo