Política

Chamado de ‘vagabundo’, Kajuru não irá processar Gustavo Gayer e diz que deputado é ‘subterrâneo’

O senador Jorge Kajuru (PSB) não irá processar o deputado federal Gustavo Gayer (PL) que o chamou de “vagabundo”, na esteira das críticas ao senador da República, Vanderlan Cardoso (PSD). Ambos votaram em Rodrigo Pacheco para presidente do Senado, o que provocou a ira do youtuber bolsonarista.

Ao portal Mais Goiás, Kajuru respondeu que não responderia gente subterrânea. “Eu não respondo para gente subterrânea. Ser ofendido por gente assim é atestado de idoneidade. Não vou responder para quem não significa nada”, disparou.

Enquanto Kajuru pretende não dar palco para Gayer, Vanderlan Cardoso moveu uma ação no Supremo Tribunal Federal contra o deputado federal. O senador, aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda endureceu as críticas numa forte nota encaminhada à imprensa.

Leia na íntegra:

Sempre fui um defensor da democracia, da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão, mas não é disso que se trata esse caso. Estamos falando aqui de vários crimes contra a honra e a moral. Estamos falando de discurso de ódio, disseminação de informações falsas e ameaças pessoais e, principalmente, ameaça à democracia e aos Poderes constituídos. A Constituição Federal deixa claro que, aquele que usa da difamação, da calúnia ou da injúria deve ser responsabilizado civil, administrativa e criminalmente.

Não se pode aceitar ameaças e ataques gratuitos de quem busca cliques e curtidas em redes sociais, em evidente desproporcionalidade entre o benefício temporário pretendido e o duradouro e profundo malefício a ser causado. Todos, sem exceção, devem se responsabilizar pelas consequências de seus atos. A liberdade de expressão e a imunidade parlamentar não podem ser usadas como um salvo conduto para agressões e violações da dignidade alheia, para cometimento de crimes.

Quando esses crimes são praticados por um parlamentar, eleito para defender a Constituição, e que se coloca como referência para a sociedade, o caso é ainda mais grave. Usar da imunidade parlamentar para cometer crimes é uma vergonha para a política e não deve ser aceito. A imunidade parlamentar precisa ser usada para o bem, e não para violação do direito do próximo, para ataques à democracia e para ameaças pessoais. Imunidade parlamentar não é uma autorização para se cometer crimes, ilegalidades, ainda que a pretexto de exercer direitos constitucionalmente previstos.

A crítica é bem-vinda, as ideias contrárias são bem-vindas, mas o ataque à honra, a injúria, a calúnia e a difamação precisam ser punidas. As tentativas de desestabilização dos Poderes da República não são toleráveis, especialmente quanto vêm de quem integra um desses Poderes. Isso não é liberdade; é crime, é indecoroso, é ilegal. Eu lamento que temos, em nosso Estado, pessoas que aproveitam da visibilidade conseguida nas redes sociais para cometer crimes e atacar pessoas.

Eu lamento que seja preciso instaurar processos judiciais para que essas pessoas entendam que o Brasil não é terra sem lei. Não aceitarei, de forma alguma, que qualquer pessoa tente usar mentiras e ataques caluniosos para manchar a minha história de trabalhador, realizador, defensor da população e cumpridor das leis.

Não vou aceitar que tentem desacreditar e ataquem minha vida de trabalho em benefício de Goiás e do Brasil. E exatamente por me pautar pelo respeito às leis e à civilidade que solicitei às autoridades competentes que analisem as ofensas gratuitas proferidas contra mim e diversas outras autoridades da República, para que adotem perante a Justiça brasileira as medidas adequadas, sempre de acordo com a Constituição Federal, as leis e o devido processo legal.

Não espero que todos pensem iguais a mim, mas espero que saibam respeitar o próximo, assim como eu respeito. Política é lugar de embates de ideias e, da minha parte, não vou permitir que a transformem em um circo de horrores. Não vou permitir que usem do escudo da imunidade parlamentar para que se cometam crimes. Não vou me calar e deixar que repitam tantas mentiras a fim de torná-las verdades. Eu confio na Justiça e sei que a verdade vai prevalecer sobre a mentira.

Vou continuar trabalhando pensando sempre no melhor para a população, assim como tenho feito desde que entrei para a vida pública, ouvindo todas as críticas, ideias e sugestões que chegam até mim, buscando conciliá-las no exercício do meu trabalho. Sei que muitas vezes vou agradar a maioria e outras vezes não, mas tenho a certeza de que estou fazendo o que considero melhor para meu Estado e meu País. Isso é inegociável.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.

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