A lanterna contendo a Chama Olímpica acaba de chegar ao Aeroporto Internacional de Brasília, ponto de partida para um roteiro que, nos próximos 95 dias, incluirá 327 cidades das cinco regiões do país, passando pelas mãos de 12 mil condutores até chegar, no dia 5 de agosto, ao Estádio Maracanã, local onde será acesa a Pira Olímpica e celebrada a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O símbolo dos jogos entrou no espaço aéreo brasileiro às 7h10 e o avião da empresa Latam, procedente da Suíça, pousou às 7h25. O avião foi escoltado por dois caças da Força Aérea Brasileira e trazia uma bandeira brasileira na cabine do piloto.
A chama foi acesa no dia 21 de abril, em frente ao Templo de Hera, localizado na cidade grega de Olímpia, a partir dos raios solares, seguindo um tradicional rito que faz uso de uma espécie de espelho côncavo chamado skaphia. A cerimônia contou com a participação de 11 mulheres caracterizadas, representando o papel de sacerdotisas. Após percorrer algumas cidades gregas – entre elas a capital Atenas – a Chama Olímpica seguiu até Genebra, na Suíça, para uma cerimônia na Organização das Nações Unidas (ONU), seguindo então para o Museu Olímpico, localizado em Lausanne, onde fica a sede do Comitê Olímpico Internacional.
A previsão é de que a lanterna contendo a chama chegue às 9h no Palácio do Planalto, onde alimentará a primeira Tocha Olímpica Rio 2016 para, então, começar a viagem pelas cinco regiões do país.
Segundo os organizadores, o percurso da tocha no Distrito Federal começará às 10h, e percorrerá mais de 118 quilômetros de distância, dos quais 37 serão feitos por 141 condutores, percorrendo cinco regiões administrativas locais e vários pontos turísticos da capital federal. Além do Palácio do Planalto, a tocha passará pela Câmara e pelo Senado, pela Catedral Metropolitana e pela Igrejinha na Asa Sul. Ao longo do trajeto, será conduzida também por meio de bicicleta, rapel e a nado.
Na saída do Palácio do Planalto, a tocha será conduzida pela jogadora de vôlei Fabiana Claudino, bicampeã olímpica (2008 e 2012), indo em direção à Catedral de Brasília, em um trecho que terá a participação de nove condutores, conforme programação divulgada no siteRio 2016. Ao longo do percurso, a tocha passará pelas mãos do campeão mundial de surfe Gabriel Medina, o matemático Artur Ávila Cordeiro de Melo, condecorado com a Medalha Fields, e a menina Hanan Khaled Daqqah, de 12 anos, refugiada síria que vive no Brasil. Dentro da catedral, a jogadora de vôlei Paula Pequeno passará a tocha para o ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima.
Posteriormente, a tocha descerá de rapel até a Ponte JK pelas mãos do policial militar Manoel Costa, que a entregará ao velejador Felipe Rondina. De lá, seguirá de lancha até o Clube do Exército, de onde partirá, em canoa havaiana, na direção do Pontão do Lago Sul. O encarregado desse trajeto será o canoísta Rubens Pompeu.
A tocha será conduzida também a bordo de um helicóptero do Exército, onde novamente fará uso de rapel para chegar ao centro do gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha. Lá, o condutor Haudson Alves entregará a chama ao zagueiro de futebol Lúcio, jogador que teve sua carreira iniciada em Brasília e foi campeão da Copa do Mundo pela Seleção Brasileira em 2002. Lúcio fará uma volta olímpica com a tocha, ao redor do campo.
No Memorial JK e no Memorial dos Povos Indígenas, a tocha será conduzida pelo índio Kamukaiká Yawalapíti. O revezamento da Tocha Olímpica Rio 2016 terminará na Esplanada dos Ministérios, com acendimento da pira pela ex-jogadora de vôlei Leila Barros, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000. Em seguida, o público poderá assistir ao show com o sambista Diogo Nogueira e com a cantora baiana Daniela Mercury.
A Tocha Olímpica é um importante símbolo na história dos Jogos. Representa a paz, a união e a amizade entre os povos, e sua condução tem por objetivo levar a mensagem olímpica, de promoção da paz em lugar de conflitos. Tradicionalmente, o nome da última pessoa a levar a tocha até a Pira Olímpica na cerimônia de abertura no Maracanã, no Rio de Janeiro, é mantido em segredo. Em geral, a pessoa escolhida é alguma celebridade esportiva do país anfitrião. O Fogo Olímpico queimará na pira até o encerramento dos Jogos Olímpicos, quando será então apagado.