Um ano e meio após o início da vacinação contra Covid-19 em Goiás, em janeiro de 2021, a estimativa da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), é de que em torno de 4 milhões de goianos estejam em atraso com alguma das doses da vacina. Os dados da SES-GO, repassados ao Diário de Goiás, apontam que 716 mil pessoas não tomaram, até o momento, nenhuma dose do imunizante. Com relação à segunda dose da vacinação, necessária para completar o esquema primário da imunização, são outras 711 mil pessoas que, tendo tomado a primeira dose da vacina, não retornaram aos postos de saúde no estado.
Mas não é só isso: de acordo com a pasta, mais de 2,5 milhões de goianos não fizeram o primeiro reforço da imunização (terceira dose) mesmo já estando aptos a fazê-lo. A segunda dose de reforço, disponível para a população acima dos 30 anos desde a última semana, deixou de ser aplicada, até o momento, por cerca de 1 milhão de goianos com mais de 40 anos.
Ao Diário de Goiás, a superintendente substituta de Vigilância em Saúde da SES-GO, Cristina Laval, chamou a atenção para os respectivos números. “São quantitativos expressivos. Temos uma cobertura vacinal em torno de 79% em relação ao esquema primário, sem contar com os reforços, e ainda existem um número expressivo de pessoas atrasadas em receber as doses de reforços, então a gente precisa lembrar que a adesão da vacina é um desafio e que é muito importante”, afirma.
Laval destacou ainda o papel do poder público nesse cenário. “Facilitar o acesso por meio da distribuição de vacinas e apoiar os municípios, seja fazendo campanhas, Dia “D” da vacinação, divulgando, e, além disso, é muito importante que se vá atrás dessas pessoas com doses em atraso”, pontua.
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A superintendente substituta de Vigilância em Saúde da SES-GO frisou ainda que, cada município tem condições, por meio de estratégia de Saúde da Família, e dos agentes comunitários de Saúde, de verificar quem são essas pessoas faltosas e contatá-las. “É preciso ir atrás e fazer um trabalho de convencimento. É muito importante entender por que essas pessoas não se vacinaram, uma vez que todos os estudos já provaram pra gente que as vacinas protegem, sobretudo contra os casos graves e consequentemente contra os óbitos”, destaca.
Para a SES-GO, agora, o grande desafio da vacinação, não apenas com relação à vacinação infantil, que ainda enfrenta baixa adesão, é fazer com que a vacinação do público de adolescentes e adultos continue sendo realizada. “A quantidade de reforços que serão necessárias doravante dependerá de fatores como o cenário epidemiológico, das variantes da Covid-19 que estão circulando e também de quanto tempo as vacinas garantem os anticorpos protetores”, finaliza Laval.