Dentre as várias benfeitorias e melhorias apresentados pelo Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), a Central de Hotelaria Hospitalar pode ser considerada um marco de qualidade. O departamento é o responsável pela desinfecção de enxovais e uniformes usados por pacientes e funcionários da unidade de saúde, além da montagem dos kits cirúrgicos. Este trabalho incide diretamente na prevenção e controle das infecções hospitalares, conforme explica a enfermeira responsável pelo departamento, Darllana Espíndula Teles.
De acordo com o médico infectologista e coordenador do Setor de Controle de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (SCIrAS) do Hugo, Guillermo Sócrates Pinheiro de Lemos, o trabalho da Central impactou de maneira decisiva na redução dos índices de infecção hospitalar.
No Hugo, a densidade de incidência de Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IrAS) vem sofrendo reduções permanentes. Comparando, por exemplo, os índices registrados em abril de 2013 com abril de 2016, constata-se que houve uma redução de 31,8% nos dados comparativos das UTIs e 51,9% dos dados de densidade de IrAS geral da unidade de saúde.
“Há um maior rigor, cuidado e segurança com a higienização do leito do paciente. Assim que as roupas de cama são sujas, são trocadas imediatamente. Enxovais limpos são sinônimo de conforto e segurança para o corpo clínico e pacientes. Além disso, todos os materiais estéreis utilizados em qualquer procedimento cirúrgico são processados e esterelizados na própria Central de Hotelaria Hospitalar”, explica.
Quatro toneladas de roupas processadas por dia
Implantada em fevereiro de 2013, a Central está sediada em uma ampla e moderna estrutura predial e foi estruturada de acordo com a Norma Regulamentadoras nº 7 (NR 7) do Ministério do Trabalho e Emprego e com o Manual de Processamento de Roupas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conta com equipamentos de última geração de lavadoras, secadoras e vaporizadoras, que dispõe de tecnologia americana; maquinários destinados aos cuidados, limpeza e manutenção de todo enxoval e vestuário utilizados na unidade de saúde.
Para se ter uma ideia da grandiosidade do trabalho executado pelo departamento, 70 funcionários se revezam durante 24 horas por sete dias da semana para cuidar dos 4 mil quilos diários de roupas – entre lençóis, toalhas, uniformes unissex, pijamas, cobertores e trajes especiais utilizados nas cirurgias. Por mês, 120 mil quilos de roupas são processados. A Central é responsável pela desinfecção de enxovais dos 407 leitos e de uniformes de 700 trabalhadores por dia. Vale destacar que 80% dos colaboradores do Hugo utilizam as roupas fornecidas pelo setor. A rotina é pesada, mas garante o funcionamento do maior hospital de urgência e emergência de Goiás.
Para impedir qualquer comprometimento do material, há uma separação total da lavanderia nas vias de entrada e saída de material contaminado. Após a lavagem e a desinfecção, as roupas são passadas, armazenadas em embalagens esterilizadas e posteriormente, enviadas a cada duas horas para reposição nos postos de atendimento, como Emergência, Unidades de Terapia Intensiva e Centro Cirúrgico. O procedimento totalmente seguro dos serviços e em tempo hábil é uma meta cumprida à risca.
A Central de Hotelaria Hospitalar proporciona ao paciente e aos familiares um ambiente acolhedor, seguro e confortável que faz toda a diferença no momento do tratamento. Nesse contexto, a Central de Hotelaria Hospitalar do Hugo congrega profissionais capacitados e experientes na gestão dos serviços que compõem o conceito de hotelaria hospitalar, incluindo as atividades de hospitalidade, enxovais e uniformes.
Dona Gentileza
“Com licença, bom dia. A Dona Gentileza chegou!”. Há três anos, esta frase tornou-se rotina a cada vez que uma colaboradora da Central de Hotelaria Hospitalar adentra os quartos da enfermaria, trazendo no carrinho Zé Peteté o novo enxoval – com pijamas, roupas de cama e banho – dos pacientes. A rouparia é entregue e, caso o interno não disponha de acompanhante, a auxiliar também se ocupa da troca dos lençóis do leito. O personagem da Dona Gentileza simboliza a busca por um atendimento mais humanizado e eficaz.
Essas simpáticas profissionais são mais que camareiras. As Donas Gentilezas têm uma missão que vai além de manter em ordem o lugar onde o paciente está internado. O nome dado à função define o perfil que deve ter estas funcionárias. Elas devem ser delicadas, atenciosas, carinhosas e, principalmente, treinadas para ouvir, conversar e deixar o paciente mais à vontade e feliz.
Para exercer a função com maestria, 12 Donas Gentilezas passam por treinamento com psicólogas e enfermeiras. É nesse período que entende que cabe a ela também, e não só aos profissionais da área da saúde, colaborar para a melhora do paciente. Vale destacar que o Hugo é o único hospital do Centro-Oeste que disponibiliza do serviço de camareiras hospitalares.
Ainda novidade em Goiás, a função tende a ganhar espaço no mercado, já que a humanização vem se tornando pauta importante nas unidades de saúde. E a Dona Gentileza já nasceu valorizada. Para desenvolver esse serviço diferenciado, essas camareiras são bem remuneradas e recebem benefícios. Por isso, as candidatas precisam ser comunicativas, ter facilidade de relacionamento e um trato especial para abordar os pacientes.
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