As centrais sindicais vão combater a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria proposta pelo governo Michel Temer na reforma da Previdência. Esse é um dos pontos de acordo entre as entidades que representam os trabalhadores, que devem organizar protestos e convocar greve contra as mudanças.
“Não aceitaremos idade de 65 anos, não aceitaremos que as pessoas trabalhem 49 anos e não aceitaremos a desvinculação das pensões ao salário mínimo”, afirmou Paulinho da Força, deputado federal pelo Solidariedade e presidente da Força Sindical.
Representantes da Força Sindical, CUT, UGT, Conlutas, CSB, CGTB e Nova Central se reuniram nesta quinta-feira no Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) para alinhar à reação ao projeto do governo.
O governo anunciou, nesta semana, que pretende estabelecer idade mínima de 65 anos para aposentadoria e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. Para conseguir o benefício integral, no entanto, será preciso ficar no mercado de trabalho por 49 anos.
Antes da reunião, Paulinho da Força sugeriu que a Força Sindical tentará idade mínima de 60 anos para homens e de 58 anos para mulheres.
Possíveis contrapropostas das centrais serão baseadas em uma análise econômica do Dieese, que deverá ficar pronta em fevereiro, segundo Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do órgão.
A divergência entre os sindicalistas, no entanto, está na forma de reação. Algumas centrais, como a Força, pretendem apresentar emendas ao projeto, para ajustá-lo ao que esperam da reforma da Previdência.
Já a CUT -que marcou protesto de trabalhadores para amanhã na região do ABC- trabalhará para retirar a reforma da Previdência da pauta do Congresso.
“Estamos caminhando para a era pré-Getúlio Vargas, quando não tínhamos nada”, disse Sérgio Nobre, secretário geral da CUT, sobre o projeto apresentado pelo governo.
Folhapress