No cemitério em que Fidel Castro foi enterrado neste domingo (4) em Santiago de Cuba, o ex-líder estará ao lado de outros nomes importantes da história da independência e revolução da ilha.
Construído em 1868 no norte de uma cidade portuária -berço da revolução cubana de 1959-, o cemitério Santa Ifigenia foi declarado monumento nacional em 1979.
As cinzas de Fidel foram enterradas ao lado do mausoléu de José Martí, considerado por Castro “o autor intelectual” da revolução.
Morto em combate em 1895, com apenas 42 anos, foi um dos principais heróis da segunda guerra de independência de Cuba.
Poeta, jornalista, ensaísta e político, Martí conheceu profundamente a América Latina (foi cônsul na Argentina, no Paraguai e Uruguai) e também os Estados Unidos, onde viveu 15 anos no exílio.
O enterro de Fidel neste cemitério foi criticado pelo site 14ymedio, da ativista e opositora Yoani Sánchez, que alega que “a figura de Martí é ecumênica, enquanto a de Fidel é parcial e, para muitos, contrária àquela”.
“A localização dos restos do ex-presidente perto dos de Martí já está sendo encarada como uma ofensa e até como uma provocação por uma parcela importante dos cubanos, e é possível que alguns não descansem até vê-los bem afastados dos de Martí”, escreveu o 14ymedio.
No mesmo cemitério está sepultado também Carlos Manuel de Céspedes, herói da guerra da independência (1868-1878), além de vários “mártires” da revolução castrista.
Entre eles Frank País, que dirigiu em 1956 um levante armado destinado a distrair a atenção das autoridades do ditador Fulgêncio Batista para permitir o desembarque do Granma, o barco que levava a partir do México os irmãos Castro e o argentino Che Guevara.
A cidade de Santiago de Cuba também carregava muito simbolismo para Fidel Castro.
Chamada de “berço da revolução”, foi ali que iniciou a campanha com a qual conseguiu tirar Batista do poder.
Mesmo antes de desembarcar com o Granma em 1956 e começar um movimento guerrilheiro na Sierra Maestra, Fidel fez uma primeira intentona rebelde em Santiago.
Folhapress