Entre as várias convocações nesta quarta-feira (29/03) da CEI da Comurg, a do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), Rubens Fileti pegou de surpresa a base de vereadores do prefeito Rogério Cruz (Republicanos). Ele terá de explicar um contrato milionário da empresa a qual é sócio com a companhia municipal de coleta de lixo. Procurada, a Acieg destacou que não é objeto de nenhum questionamento dos parlamentares.
Houve tentativa dos vereadores da base impedirem sua convocação no momento. O vereador Henrique Alves (MDB) até defendeu que o assunto fosse tratado futuramente pelo colegiado, depois que os parlamentares ouvissem todos os envolvidos dentro da Comurg. O assunto gerou insinuação de relação estreita por parte do presidente da CEI, Ronilson Reis (PMB). Com três votos contrários, o requerimento foi aceito pelo colegiado.
Rubens Fileti, de acordo com Ronilson Reis (PMB) além de presidente da Acieg, também é sócio da Distribuidora de Tecnologia do Brasil (Detec), empresa responsável pela gestão de folha de pagamento da Comurg. Era necessário sua convocação para esclarecer o porquê de um contrato aditivado no valor de R$ 11 milhões de reais da empresa com a Comurg. As somas totais chegam a R$ 20 milhões de acordo com o parlamentar.
“[A empresa] tem um contrato junto a Comurg que ele recebeu um aditivo no final do ano de 11 milhões de ano. O total do contrato é de 20 milhões. Precisamos entender como que foi feito esse aditivo. A empresa está no nome dele, ele é o sócio-administrador da empresa e precisamos entender porque a Prefeitura já tem um sistema operacional para a folha de pagamento. A Comurg, optou por ter um sistema a parte e fora da Prefeitura. Precisamos entender. Porque a Comurg comprou esse programa?”, indagou Ronilson Reis em coletiva após a sessão desta quarta-feira.
Procurada, a Detec informou que ainda desconhece o convite ou convocação. “Caso haja, a empresa não se furtará a comparecer para prestar os devidos esclarecimentos”, destacou por meio de nota.
A convocação do empresário Rubens Fileti provocou surpresa e certo desconforto entre vereadores da base que questionaram se era de fato o momento para convidá-lo. O vereador Henrique Alves (MDB) defendeu que primeiro o colegiado ouvisse pessoas que integram os quadros da Comurg antes do avanço da investigação passasse à outras esferas.
O presidente Ronilson Reis (PMB) recusou o pedido e insinuou uma eventual relação próxima do vereador com o empresário. “Em relação ao seu amigo íntimo da sua família que é o senhor Rubens José Fileti, ele tem um contrato com a Comurg, de 20 milhões de reais da empresa dele onde o Detec, ele é o sócio administrativo da empresa”, reforçando as cifras milionárias do contrato.
Alves pediu respeito e se defendeu reforçando que não havia aproximação com o empresário. Fileti sequer havia o apoiado nas últimas eleições. “Eu conheço sim, o doutor Rubens Fileti, mas nem de longe é amigo íntimo meu e da minha família. Ele nem me apoiou politicamente. Peço gentileza a vossa excelência que tenhamos respeito entre os pares”, complementou.