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CEI da Comurg aprova convocação de secretário de Finanças, do presidente da Acieg e mais sete pessoas

Por 1 ano atrás

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apura irregularidades na Comurg, aprovou nesta quarta-feira (29/03) a convocação para depoimentos o secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia, Vinicius Henrique Pires e do presidente da Associação Comercial, Industrial e Serviços de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, além de outras sete pessoas.

A CEI aprovou também um convite para que a vereadora de Aparecida de Goiânia Valéria Pettersen preste os devidos esclarecimentos por contratos firmados com a Comurg durante sua gestão à frente da Secretaria de Relações Institucionais.

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De acordo com o presidente da CEI Ronilson Reis (PMB), o empresário Rubens Fileti, que também comanda a Acieg, prestará explicações por ser representante da Distribuidora de Tecnologia do Brasil (Detec), empresa responsável pela gestão de folha de pagamento da Comurg.

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“[A empresa] tem um contrato junto a Comurg que ele recebeu um aditivo no final do ano de 11 milhões de ano. O total do contrato é de 20 milhões. Precisamos entender como que foi feito esse aditivo. A empresa está no nome dele, ele é o sócio-administrador da empresa e precisamos entender porque a Prefeitura já tem um sistema operacional para a folha de pagamento. A Comurg, optou por ter um sistema a parte e fora da Prefeitura. Precisamos entender. Porque a Comurg comprou esse programa?”, indagou Ronilson Reis em coletiva após a sessão desta quarta-feira.

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Procurada, a Detec informou que ainda desconhece o convite ou convocação. “Caso haja, a empresa não se furtará a comparecer para prestar os devidos esclarecimentos”, destacou por meio de nota. Já a Acieg destacou que não é objeto de nenhum questionamento dos parlamentares.

Além do presidente da Acieg, Rubens José Fileti e do secretário municipal de Finanças Vinicius Henrique Pires, a CEI convocou: Hendy Adriana Barbosa, presidente da Comissão Permanente de Licitação da Comurg, Janaína Cavalcante Coltrin, lotada na Diretoria de Transporte da Comurg, Márcio Antunes Porfirio, chefe de Assessoria Jurídica, Gustavo Cruvinel, Controlador Geral do Município de Goiânia, Diretor Financeiro da Secretaria de Assuntos Institucionais durante a gestão de Valéria Peterson e Ronaldo Macedo, Diretor de Logística.

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Por ser vereadora de outro município, Valéria Pettersen foi convidada e não convocada. “Não temos o poder de convocação. Sabendo da gentileza dela de prestar esse esclarecimento pois acredito que essa informação até incomodou ela”, explicou o vice-presidente da CEI, Welton Lemos (Podemos).

Convocação de Rubens Fileti gera desconforto entre vereadores da base

A convocação do empresário Rubens Fileti provocou surpresa e certo desconforto entre vereadores da base que questionaram se era de fato o momento para convidá-lo. O vereador Henrique Alves (MDB) defendeu que primeiro o colegiado ouvisse pessoas que integram os quadros da Comurg antes do avanço da investigação passasse à outras esferas.

O presidente Ronilson Reis (PMB) recusou a ideia e insinuou uma eventual relação próxima do vereador com o empresário. “Em relação ao seu amigo íntimo da sua família que é o senhor Rubens José Fileti, ele tem um contrato com a Comurg, de 20 milhões de reais da empresa dele onde o Detec, ele é o sócio administrativo da empresa”, reforçando as cifras milionárias do contrato.

Alves pediu respeito e se defendeu reforçando que não havia aproximação com o empresário. Fileti sequer havia o apoiado nas últimas eleições. “Eu conheço sim, o doutor Rubens Fileti, mas nem de longe é amigo íntimo meu e da minha família. Ele nem me apoiou politicamente. Peço gentileza a vossa excelência que tenhamos respeito entre os pares”, complementou.

Base acusa Ronilson de politizar o debate

Na esteira do comentário de Ronilson Reis, o vereador Pedro Azulão Júnior (PSB) saiu em defesa do vereador Henrique Alves. Irritado, disse que o presidente do colegiado estava politizando o debate, além de uma possível intimidação aos pares. O vereador Isaías Ribeiro (Republicanos)  também condenou os rumos que os trabalhos estavam tomando e mencionou um “desconforto desnecessário”. Reis, rebateu e disse que continuaria trabalhando da mesma forma.

“O senhor é presidente mas senhor não pode querer intimidar nenhum membro desta CEI. Essa forma deselegante que o senhor está tratando um membro. ‘Amigo íntimo’? Já falei ontem e vou voltar a falar. Se quiser levar a CEI para a parte política, eu tô pronto. Se quiser bagunçar, também tô pronto”, disparou Azulão em direção a Ronilson.

Em alto tom, Azulão pediu para que Ronilson evitasse intimidações e ameaças. “Vamos fazer a coisa certa, não vamos perseguir servidores. Não vou aceitar. Cuidado com as palavras e com as ameaças. Se eu fosse o vereador Henrique, vou pedir inclusive para o senhor retratar a frase e essa fala do senhor. Que vereador é amigo íntimo?”.

Ribeiro pediu ao vereador para que cancelasse os requerimentos. Ele alegou que os vereadores foram pegos de surpresa com alguns nomes e alguns documentos estariam incompletos. “ Eu sugiro até que os requerimentos eu já vi que faltou clareza. Para que dê mais clareza, quando se convocar tem que ter uma justificativa do porque está sendo chamado. Alguns nomes foram falados e não foi dito. Depois que o nobre vereador Henrique Alves pediu para pontuar um destaque a alguns foi dito de uma forma irônica da parte de vossa excelência o que causou um desconforto agora”, destacou.

Ele ainda destacou que os trabalhos da CEI estavam num ‘direcionamento errado’. “Senhor presidente, desde ontem a gente vem cobrando seriedade. Eu falei ontem que a CEI tava indo para uma direção errada e continuo com a mesma palavra. Acredito que todos nós aqui somos dignos de respeito. Essa CEI foi feita para que entregasse realmente um trabalho sério para a população”, pontuou.

O vice-presidente Welton Lemos pediu para que Azulão não colocasse em dúvida os trabalhos da CEI e saiu em defesa de Ronilson. “Eu quero dizer que nosso trabalho é sério, democrático e consistente. Temos de estar prontos para debater o que tiver de debater e fazer a coisa sem politizar”, pontuou. Reis também disse que não politizava o debate e não fazia questão de sequer conceder entrevistas. “Eu não quero aparecer. Não quero nem entrevista. Não precisa nem entrevista minha. Que eu vou fazer eu vou fazer e ninguém vai me impedir não”, salientou.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.