Rio – Como era aguardado, a assembleia extraordinária convocada pela CBF derrubou nesta quinta-feira o poder de veto da entidade sobre as decisões dos conselhos arbitrais. Com isso, os clubes brasileiros terão participação mais ativa na organização de campeonatos nacionais – mas não poderão mexer no calendário. A CBF também irá limitar os mandatos de seus presidentes a um período máximo de oito anos. As mudanças passam a valer a partir da publicação da reforma do estatuto, o que deve ocorrer nesta sexta-feira.
No encontro, porém, não se chegou a um acordo sobre quem será o sucessor de Marco Polo Del Nero em um eventual impedimento do presidente. Pelo estatuto, é o vice mais velho entre os quatro existentes – José Maria Marin, o quinto, está suspenso – quem assumiria o cargo. Mas a cúpula da CBF estava disposta a modificar a regra.
“Esse assunto não foi tratado. Não estava na pauta e esse assunto vai ser tratado na hora certa, se houver necessidade”, garantiu o deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), um dos quatro vices e o preferido de Del Nero para assumir o cargo.
A partir de 2019, a CBF extinguirá três cadeiras e elegerá apenas dois vices – semelhante ao que ocorre em alguns clubes de futebol do País. Dessa forma, o primeiro vice-presidente se torna o sucessor em eventual vacância do mandatário.
Vicente declarou ainda que o estatuto terá “uma recomendação expressa” para que as novas regras para eleições sejam seguidas também pelas federações estaduais.
A entidade decidiu também pela criação de um conselho de ética. Durante o encontro, Del Nero teria afirmado que só assinará contratos a partir de agora com a anuência do diretor financeiro ou tesoureiro da entidade.
CONSELHO DE CLUBES – Com a aprovação do fim do poder de veto da CBF nos conselhos arbitrais, os clubes terão participação mais ativa na organização dos campeonatos nacionais. “Eles saem fortalecidos”, afirmou Francisco Novelletto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol, o primeiro a deixar a reunião.
Os clubes, porém, não terão poder para decidir o calendário da temporada. “Os clubes poderão alterar o regulamento específico das competições, desde que não firam o regulamento geral”, declarou Walter Feldman, secretário-geral da CBF e uma espécie de porta-voz oficial da entidade. “Mudança de calendário é algo mais complexo, que poderia interferir em outras competições.”