As declarações do presidente do Goiás Esporte Clube, em entrevista à Rádio Bandeirantes, após o Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro, não repercutiram bem e foram motivos de um pedido de resposta por parte de Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
O dirigente esmeraldino destacou que estava insatisfeito com o posicionamento da entidade nacional, que no entendimento dele está abraçando a ideia da Libra, que é a reunião de vários clubes do futebol brasileiro com interesse na criação de uma Liga Nacional. Fazem parte do grupo Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Vasco da Gama, Botafogo-RJ, Grêmio, Santos, Cruzeiro, Bahia, entre outros.
No outro lada da disputa estão os clubes do Forte Futebol com o mesmo interesse na formação de uma Liga Nacional e que conta com Goiás, Vila Nova, Atlético-GO, Fluminense, Coritiba, Athletico Paranaense, Atlético Mineiro, Fortaleza, Ceará, entre outros.
Na entrevista, Paulo Rogério afirmou que o Conselho Técnico que aconteceu no Rio de Janeiro “foi um dos dias mais tristes do futebol brasileiro, como se fosse um racha muito grande, onde a Libra está com a CBF e os times da Liga Forte são jogados de canto, que é o que eles querem. O mandatário esmeraldino ressaltou que a intenção é deixar os clubes da Série B mortos e que só o grupo do “bolinha” seja bem remunerado.
Paulo Rogério Pinheiro entende que dificilmente as Ligas vão conseguir uma composição. “Ano que vem acaba o contrato da televisão e aí a briga vai ser complexa. Imagina a Série A sem TV aberta? Aí o pote de ouro vira de prata ou de bronze”.
A CBF enviou um pedido de resposta ao site Esmeraldino.com que repercutiu a entrevista à Rádio Bandeirante, com o posicionamento de Ednaldo Rodrigues.
“A Confederação Brasileira de Futebol esclarece que as afirmações colocadas pelo presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro, em recente entrevista à imprensa, não correspondem a realidade e, consequentemente, aos fatos que ocorreram na reunião do Conselho Técnico da Série A, na última semana, na sede da entidade, no Rio de Janeiro. Na reunião estavam presentes o vice presidente do clube, Harlei Menezes, e o presidente da Federação Goiana de Futebol, Ronei Freitas.
Horas antes da reunião, a CBF recebeu, por parte de seu Diretor de Competições, o pleito de alguns clubes da Série A, para que fosse colocada em pauta a alteração nas regras de rebaixamento da competição da Série A para Série B, de 4 para 3 clubes.
A proposta enviada, por decisão do presidente, sequer entrou em pauta. Ednaldo Rodrigues, com essa medida deixou claro que qualquer decisão sobre o futebol brasileiro não pode ser tomada por só grupo e, sim, por todos os envolvidos. Portanto, a questão deveria ser levada também às Série B, C e D. Na atual gestão da CBF, uma das premissas é que todos tenham espaço e voz.
O presidente da CBF afirmou também durante a reunião, que o espaço na seda da entidade, que já foi cedido por duas vezes ao grupo que forma a Liga Forte Futebol estaria novamente à disposição de todos os clubes que quisessem se reunião discutir questões do futebol brasileiro, sem a participação da entidade. O papel da CBF será sempre o de trabalhar pelos clubes, que são a razão do futebol.
O presidente também afirmou na reunião que seu mandato está completando um ano e, durante todo esse tempo, vem aguardando o entendimento e a união dos clubes em busca de um caminho comum para que possa ouvir oficialmente as propostas de avanços, na construção de uma liga que una os clubes e não os dividam. Vale reiterar que a CBF não participa desse processo.
O posicionamento imparcial da CBF e de seu dirigente em prol dos clubes de todas as séries, foi aclamado por todos os presentes à assembleia, incluindo o vice presidente do Goiás e demais representantes do clube”.