Caso tivesse levado adiante a suposta tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido preso pelo ex-comandante do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes. A intenção de agir contra o golpe foi informada em depoimento à Polícia Federal (PF), pelo tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, e veio à tona nesta sexta-feira (15), após quebra de sigilo das declarações pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o ex-comandante da Aeronáutica, o general Marco Antonio informou às forças que caso o ex-presidente tentasse algo, teria que prendê-lo. Segundo Baptista Jr, Freire Gomes desincentivou Bolsonaro a se valer de teses jurídicas para dar um golpe, como a decretação de estado de sítio, estado de defesa, ou Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
As informações vieram à público após a quebra de sigilo dos depoimentos prestados à PF, a pedido do relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou ter tomado a decisão “diante de inúmeras publicações jornalísticas com informações incompletas sobre os depoimentos prestados à autoridade policial”.
Conforme o próprio relatório da PF, o ex-comandante da Aeronática afirmou ter deixado claro a Bolsonaro que se opunha a qualquer tipo de plano golpista. Baptista Júnior ainda acrescentou que chegou a participar de cinco ou seis reuniões com o ex-presidente e outros comandantes das Forças Armadas, e que o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, foi único que “colocou as tropas à disposição” de Bolsonaro.
Assim como Marco Antonio Freire, Baptista Júnior também confirmou ter sido apresentado a minuta do golpe, em uma reunião no Ministério da Defesa, no dia 14 de dezembro de 2022, pelo então titular da pasta, general Paulo Sérgio de Oliveira.
Com informações da Agência Brasil