Por Glauco Tavares, especialista em segurança
A reconstituição do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido no Rio de Janeiro, mostrou entre outros aspectos, a importância do uso de câmeras de segurança. Tanto imprensa quanto polícia, utilizaram de modo amplo e irrestrito, cenas gravadas por câmeras privadas para compreender a natureza do crime e apurar os fatos.
Embora as câmeras não tenham registrado as cenas do momento exato do assassinato, a reconstrução do passo a passo do crime só foi possível graças à junção dos depoimentos das testemunhas e das imagens de câmeras de segurança, configurando essa sistemática de vigilância remota como um instrumento fundamental na garantia da eficácia da apuração do caso.
Em Niterói, segundo publicado pelo jornal O Globo, em 14 de julho de 2017, a falta de segurança pública nas ruas alimentou sistematicamente um setor dedicado a tentar preencher esse vazio: o mercado de vigilância particular. Segundo publicado pelo jornal e com base em dados do Sindicato dos Vigilantes de Niterói e Região, o percentual de procura por segurança privada aumentou à época cerca de 50% em relação ao ano de 2016.
Essa dinâmica não se restringe à Niterói ou ao Rio de Janeiro, mas em todas as regiões do País, é cada vez maior o número de pessoas e empresas que confiam na vigilância 24 horas de câmeras de segurança para obter um pouco mais de tranquilidade nestes dias de violência alarmante. É também oportuno ressaltar que a vigilância das câmeras não se configura mais, infelizmente, como um fator opcional na vida ou nos negócios.
No caso da vereadora Marielle, não há, evidentemente, como mensurar a relevância das imagens para solucionar o crime bárbaro. Contudo, é inquestionável que sem as câmeras de segurança o laudo pericial e as investigações teriam ocorrido em velocidade infinitamente menor ou poderiam até incorrer em um número maior de variáveis que pudessem levar os investigadores a erro. Nesses casos, literalmente, uma imagem vale mais que mil palavras. Ela é assertiva.
Por fim, ainda destaco a relevância da utilização de câmeras para coibir iniciativas de má-fé por cidadãos que não compreendem de forma razoável o convívio coletivo. São benefícios que precisam ser considerados principalmente para estarmos a favor do bem estar da sociedade.
Glauco Tavares tem mais de 20 anos de experiência em Segurança, é sócio diretor do Grupo RG Brasil, uma das maiores empresas de segurança de Goiás com presença em todo o país. É especialista em GestãoEmpresarial pela fundação Getúlio Vargas, graduado em análise de sistema, tem cursos em diversas áreas, como Licitações, Gestão Eletrônica de Segurança Privada e Planejamento Tributário.