Estão sendo apuradas pela Polícia Civil possíveis irregularidades no sistema funerário da capital. O caso envolvendo o cantor Cristiano Araújo em que foi divulgado nas redes sociais Um vídeo com imagens de pessoas fazendo brincadeiras e chacotas com o corpo do cantor, motivou que medidas mais duras sejam tomadas. Há denúncias de empresas clandestinas atuando em Goiânia.
Reunião
Na manhã desta sexta-feira (26) se reuniram na sede da Secretaria de Segurança Pública, o delegado Geral da Polícia Civil João Carlos Gorski, a superintendente da Polícia Técnico Científica, Rejane Barcelos, o superintendente da Polícia Judiciária, Odair José Soares, o titular da Delegacia do Consumidor (DECON), Eduardo Prado, o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira (PSDB) e o presidente do Sindicato das Empresas Funerárias, Cemitérios e Crematórios de Goiânia (SEFECC), Wanderley Rodrigues.
Além da investigação criminal envolvendo a divulgação das imagens, cujo inquérito já foi concluído, houve definição na reunião de que a Polícia Civil apurará uma série de irregularidades no sistema funerário de Goiânia. Possivelmente a investigação ficará a cargo da DECON.
Aliciadores
O presidente da Câmara Municipal, Anselmo Pereira denuncia que aliciadores ficam na porta de hospitais como HUGO, do Instituto Médico Legal (IML), da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS), abordando famílias e até mesmo oferecendo serviços acima do valor de mercado, aproveitando a dor das famílias.
O titular da DECON, Eduardo do Prado, destacou que tomou conhecimento do caso. Ele afirmou que serão analisadas se realmente as famílias estão sendo coagidas, recebendo aliciamento.
De acordo com o delegado o caso envolvendo o cantor Cristiano Araújo revelou outra irregularidade que também será alvo de investigação.
“Neste caso do cantor Cristiano Araújo, essa clínica estava trabalhando e a funerária que transportou o corpo não era da cidade de Goiânia, o que viola a legislação municipal. A gente vê que uma irregularidade simples de uma funerária que não é da capital, trouxe este problema”, afirma o delegado.
Mudança na lei
Segundo Anselmo Pereira, paralelo às investigações, serão propostas mudanças na legislação municipal que trata do assunto.
“Precisamos tomar atitude em relação a essas empresas, inclusive a essas clinicas que hoje não estão sujeitas a legislação que regulamenta o serviço funerário no município, pois tem ocorrido um agenciamento de empresas clandestinas de fora do município atuando em Goiânia. É preciso um reordenamento, precisamos que haja a regulamentação e fiscalização destas clínicas. Vamos fazer uma nova lei na Câmara Municipal de Goiânia para regulamentar todas as clínicas de preparação de corpos desta cidade”, explica o vereador.
Imagem prejudicada
O presidente do Sindicato das Empresas Funerárias, Wanderley Rodrigues, destacou que a imagem do setor foi prejudicada a partir da divulgação das imagens do corpo de Cristiano Araújo. Ele defende a investigação policial e a mudança na lei municipal.
“As imagens têm sido repassadas de uma maneira muito rápida e distorcidas. Existem imagens circulando que não são verídicas também. Isso traz um prejuízo muito grande e irreparável. Acho que tem que ter muito cuidado em relação a isso. A pessoa que está no momento de comoção não pode passar por constrangimento”, argumenta Wanderley Rodrigues.