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Cartilha orientará médicos sobre vacinas para pacientes com HIV

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) lançou nesta quinta-feira (29), em Belo Horizonte, uma cartilha para orientar médicos sobre as vacinas que devem ser aplicadas aos pacientes com HIV (vírus da Imunodeficiência humana). O objetivo é enfrentar a baixa cobertura vacinal entre esse público. A publicação é fruto de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). O lançamento ocorreu durante a 18ª Jornada Nacional de Imunizações, que reúne médicos e outros especialistas na capital mineira entre hoje e sábado (1º).

A cartilha de 59 páginas será distribuída aos médicos associados da SBIm e também em estabelecimentos hospitalares que possuem profissionais lidando com pacientes com HIV. “Trata-se de um público específico, que demanda recomendações especiais. Algumas vacinas são contra-indicadas, outras são mais indicadas. Há também diferenças na dosagem”, explica Isabella Ballalai, presidente da SBIm. Ela cita o exemplo da meningite, uma enfermidade cuja vacinação é realizada em crianças, mas para o público que vive com HIV é recomendada para adultos.

Segundo Isabella, quase 100% das vacinas que a SBIm recomenda para o paciente soropositivo estão disponíveis gratuitamente através Sistema Único de Saúde (SUS), nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs). Ainda assim, a cobertura vacinal é muito aquém do desejável. “Para aumentar a procura é preciso que o médico oriente. Daí a ideia da cartilha, que poderá dar mais segurança para o profissional compartilhar informações com o paciente”, acrescenta.

Hepatite e HPV

Doenças que seriam preveníveis através de vacinas levam a um significativo índice de hospitalizações e mortalidade entre os pacientes que vivem com HIV. Uma das enfermidades que mais preocupam é a Hepatite B, que pode levar à cirrose e ao câncer de fígado. O risco de morte por complicações com a Hepatite B é duas vezes superior entre pessoas que convivem com HIV. A SBIm alerta que, em todo o mundo, aproximadamente dois terços dos soropositivos nunca receberam nenhuma dose da vacina contra a doença.

Outra preocupação é com o HPV, vírus transmitido geralmente através das relações sexuais e que pode provocar o surgimento de tumores. Isabella Ballalai alerta que, em comparação a uma mulher sem infecção por HIV, a paciente soropositiva que contrair o HPV tem oito vezes mais chances de desenvolver câncer de colo do útero. Ela chama atenção para a importância de se prevenir.

“As pessoas têm conhecimento de que a vacina contra o HPV é gratuita para meninas de 9 a 13 anos, mas poucos sabem que, para mulheres com HIV, a gratuidade engloba a faixa etária entre 9 a 26 anos. A cobertura vacinal é muita baixa entre essas mulheres, o que demonstra que está faltando orientação. Espero que, em breve, o acesso à vacina pelo Sistema Único de Saúde – SUS – também seja estendido aos homens”, alerta Isabella.

O risco de desenvolver quadros mais graves ou falecer em consequência de gripe, catapora, hepatite A e pneumonia pneumocócica também é maior entre os pacientes soropositivos. Há vacinas para todas estas enfermidades.

E-book

Outra novidade lançada durante a 18ª Jornada Nacional de Imunizações é o e-book Imunização: Tudo o que você sempre quis saber. O livro virtual tem acesso gratuito através do site da SBIm e é destinado ao público em geral. Ele traz detalhes sobre as doenças infecciosas, as vacinas, os eventos adversos, as contra-indicações, etc. “É um material numa linguagem mais acessível, baseado tanto na literatura e nas bulas, como também na nossa vivência de médicos. Tiramos dúvidas de perguntas frequentes e falamos sobre mitos que não são poucos”, explica Isabella.

Também ocorre no evento o pré-lançamento do aplicativo Minhas Vacinas. A ferramenta para smartphones estará disponível para download no próximo mês e funcionará como um calendário online de vacinação. O usuário incluirá informações como gênero e idade e o aplicativo indicará as vacinas recomendadas. “É uma referência, mas o paciente precisa sempre consultar seu médico para saber se há alguma contra-indicação”, pondera a presidente do SBIm.

Com informações da Agência Brasil

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Thais Dutra

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