A secretaria da Saúde do Paraná divulgou nesta sexta (31) que análises laboratoriais realizadas em amostras de produtos dos frigoríficos Peccin, JBS, BRF e Transmeat nos dias seguintes à Operação Carne Fraca estavam regulares, sem a presença de micro-organismos prejudiciais à saúde nem de aditivos em excesso.
Foram dez amostras diferentes, entre carnes, linguiça calabresa, salsicha, presunto, salame e mortadela, das marcas Seara, Friboi, Sadia, Perdigão, Italli e Novilho Nobre.
O material foi colhido entre 20 e 21 de março em supermercados de Curitiba.
Em entrevista, a Polícia Federal afirmou que as empresas investigadas na Carne Fraca vendiam até carne podre, adulterando a data de validade e usando conservantes acima do permitido, lastreadas pelo pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura.
As acusações se baseiam, além de escutas telefônicas, em um laudo de produtos da Peccin que apontou, segundo a PF, uma concentração de aditivos e conservantes acima do permitido por lei. O documento é assinado por peritos federais e datado de setembro de 2015.
Já as análises divulgadas nesta sexta foram feitas pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná), que faz análises laboratoriais para a vigilância sanitária estadual do Paraná.
Os testes analisaram aspectos físico-químicos dos alimentos, além das quantidades de nitrito e sulfito (usados como conservantes) e ph (que pode indicar contaminação por toxina botulínica). Também foi avaliada a presença de micro-organismos prejudiciais à saúde, como coliformes fecais, salmonela, estafilococos e clostrídios.
Todas as amostras tiveram resultado negativo.
Procurada pela reportagem, a PF ainda não havia se manifestado sobre o tema até o início desta tarde.
O frigorífico Peccin, interditado pelo Ministério da Agricultura desde a deflagração da operação, há duas semanas, também teve seus produtos proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta semana.
A empresa tem reiterado em nota que manifesta “forte repúdio” ao que chamou de “falsas alegações” da PF. Para a Peccin, a divulgação das informações foi motivada como “justificativa para a Operação Carne Fraca”, mas realizada de forma distorcida e precipitada.
Funcionários da empresa chegaram a realizar uma manifestação em defesa do frigorífico. (Folhapress)