Com a alta de impostos sobre combustíveis, a carga tributária atingiu 32,43% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passado, o maior valor em quatro anos, segundo números divulgados nesta segunda-feira (3) pela Receita Federal.
Na comparação com 2016, a carga teve uma leve alta de 0,14 ponto percentual, que pode ser atribuída principalmente, segundo o órgão, à elevação de PIS/ Cofins sobre combustíveis (gasolina e diesel) em 2017.
O Brasil possui uma carga tributária em patamar similar ao de países desenvolvidos, que devolvem os impostos à sociedade na forma de serviços de maior qualidade. Quando a comparação é com países da América Latina, em 2016 o Brasil só perdia para Cuba, que possuía carga tributária de 41,7%, segundo a Receita.
A carga média dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), entidade considerada uma espécie de clube de nações ricas, foi de 34,3% do PIB no ano retrasado.
Mesmo estando levemente abaixo da média, o Brasil paga mais impostos em relação ao seu produto bruto do que países como EUA (26%), Chile (20,4%), Canadá (31,7%) e Israel (31,2%), por exemplo.
Ao mesmo tempo, paga menos que países como Dinamarca (45,9% do PIB), Suécia (44,1% do PIB), Noruega (38% do PIB) e Alemanha (37,6% do PIB), por exemplo, que são conhecidos por oferecer a seus cidadãos fortes redes de proteção social.
A Receita ponderou que, apesar da elevada carga tributária, houve uma redução nessa relação entre impostos e PIB na última década. Em 2007, de acordo com o órgão, a carga era de 33,65% do produto.
“Do ponto de vista histórico, observa-se que no período de 2007 a 2016 o Brasil promoveu uma redução na carga tributária, ao passo que a média dos países da OCDE apresentou aumento”, afirmou o órgão no levantamento.