Os franceses comparecem às urnas neste domingo (23) sob intensa vigilância policial para o primeiro turno de uma eleição presidencial muito disputada e crucial para o futuro da União Europeia.
Em Besançon, no leste da França, um seção eleitoral foi evacuada depois que um veículo roubado foi abandonado com o motor ligado perto do local. Equipes antibombas foram chamadas para analisar o carro, de acordo com o Ministério do Interior. Não houve vítimas.
A votação começou às 8h locais (3h em Brasília) e é realizada pela primeira vez sob estado de emergência, em um contexto de ameaça terrorista, três dias depois de um ataque em Paris.
No total. 50 mil policiais e 7.000 militares foram mobilizados para garantir a segurança em todo o território francês.
Até o meio-dia no horário local, 28,54% dos eleitores haviam votado. O número é próximo ao registrado no último pleito, em 2012. Naquele ano, no mesmo horário, o percentual de comparecimento era de 28,29%
A votação termina às 20h (15h em Brasília). Os dois candidatos com o maior número de votos disputarão o segundo turno em 7 de maio.
Os principais candidatos já compareceram às urnas. A candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, votou em Henin-Beaumont, no norte do país, e Emmanuel Macron, de centro, depositou seu voto em Le Touquet, também no norte.
François Fillon, de direita, Jean-Luc Melenchon, de extrema-esquerda, e Benoit Hamon, do Partido Socialista, votaram em Paris.
Estas são as eleições mais imprevisíveis da história recente da França, com uma disputa muito acirrada entre quatro dos 11 candidatos e um elevado nível de indecisão dos votantes.
O centrista Emmanuel Macron e a líder de extrema-direita Marine Le Pen lideravam as pesquisas de intenção de voto publicadas na sexta-feira (21), mas o conservador François Fillon e o candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon estavam muito próximos.
A diferença entre eles é tão curta que está dentro da margem de erro, o que significa que qualquer um dos quatro pode passar ao segundo turno
Marine Le Pen, líder da Frente Nacional (FN), de 48 anos, espera beneficiar-se da onda populista que resultou na vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e o voto a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Com um programa centrado no “patriotismo” e na “preferência nacional”, Le Pen defende a saída do euro e da UE, promessas que, caso cumpridas, poderiam representar um golpe fatal a um bloco já fragilizado pelo Brexit.
Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do presidente François Hollande, fez uma campanha com um programa abertamente europeísta e liberal, com o desejo de reativar o motor do continente.
O ex-executivo do setor bancário, praticamente desconhecido há apenas três anos e que nunca disputou uma eleição, pode se tornar, aos 39 anos, o presidente mais jovem da história da França.