Com a mudança das regras eleitorais para o pleito de outubro, caracterizado por menor tempo de campanha, proibição de financiamento de recursos por parte das empresas, as redes sociais tornam se um terreno propício para que os candidatos apresentem propostas durante o processo eleitoral. Para representante do Instituto Datafolha não “existe margem de erro”. Qualquer deslize pode ser determinante para uma derrota. Políticos enfrentam dificuldades para se comunicar com o eleitorado.
De acordo com representante do Instituto Datafolha há alguns elementos que compõem o voto do eleitor, por exemplo: valores locais, satisfação em relação a serviços executados e classe social. Para Alessandro Janoni, os partidos deverão ter boa estratégia para comunicar com os eleitores.
“Não vai dar pra repetir coisas do passado nestas eleições. Tem que saber provocar o debate”, analisou. Ele explicou que neste ano em todo o país, as intenções de votos Brancos e Nulos tem a maior taxa desde o período da redemocratização, e o cenário de crise política e econômica influi nas eleições municipais.
De acordo com a representante do Ibope, Márcia Cavallari, por ser uma eleição mais curta, os candidatos que são mais conhecidos tem chances de se sair melhor.
Os candidatos que são conhecidos se saem melhor. A nossa eleição é muito personalista. O eleitor vota mais no candidato do que no partido, o eleitor não tem clareza ideológica do espectro partidário, não sabem entender as diferenças dos partidos.
“Numa campanha mais curta, os prefeitos que tem boa avaliação tem boas chances, candidatos mais conhecidos também, por conta do tempo de se tornar conhecido e de apresentar o eleitor a proposta de seu plano de governo”, argumenta.
Para ela, as redes sociais vai ter um papel fundamental nas eleições, já que pesquisas mostram que o eleitor dá menos importância para o Horário Eleitoral Gratuito no Rádio e TV.
Mulheres
Pesquisa do Instituto Datafolha indicam que as mulheres não se sentem representadas pelos partidos políticos. Outros dados do Instituto Locomotiva indicam que 9 a cada dez mulheres não se sentem representados pelos políticos. De acordo com representante do instituto, Renato Meirelles, o acesso feminino a internet dobrou em oito anos, passando de 31 para 61%.
Ao longo do tempo, as mulheres assumiram diversos papéis e tiveram a sua rotina impactada pelo acúmulo de funções. Pesquisa do Locomotiva indica que em 2006, 31% das mulheres usavam a internet. O número passou para 61% em 2013 e a tendência é de um crescimento para 63% neste ano. As mulheres representam 52 % do eleitorado nacional, 44% População Economicamente Ativa e 10% parlamento federal.
Segundo Renato Meirelles, as mulheres são mais sensíveis aos serviços cotidianos como Saúde e Educação. Ele destaca que há uma insatisfação grande das mulheres, o que requer maior atenção dos candidatos nas eleições municipais.
“95% das mulheres usam serviços de Educação, 88% Saúde e 80% transporte público. Maior demanda para um “estado mínimo” que consiga realizar bem os serviços. Mas elas avaliam negativamente os serviços públicos. Avalições negativas dos serviços públicos. 6 a cada 10 brasileiras afirmam que pagam muitos impostos. As mulheres estão insatisfeitas”, afirmou.
Questionadas sobre alguns itens da política, as brasileiras numa escala de zero a dez, deram nota baixa. A democracia do Brasil teve média 3,53, os prefeitos: 2,83 e os governadores: 2,55.
Para a integrante do Ibope, Márcia Cavallari, um dos grandes problemas no processo eleitoral são de pesquisas que são tratadas como “corridas de cavalo”, em que as demandas não são debatidas, apenas quem está na frente nas intenções de voto.
“Pesquisas eleitorais mais como “corridas de cavalo” do que debater efetivamente os problemas. A mulher é mais crítica pois ela enfrenta os problemas encontrados na cidade”, destacou.
Convite
O Diário de Goiás foi convidado a participar nesta segunda e terça-feira, dias 8 e 9 de agosto do Seminário Nacional, Desafios para a Igualdade de Gênero e Raça nas Eleições Municipais de 2016 na cidade de São Paulo. Participam do evento jornalistas de todo o país, além de representantes de partidos políticos.
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