RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em um novo aceno aos eleitores do Nordeste, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) prometeu concluir as obras da transposição do rio São Francisco em um vídeo gravado neste domingo (14).
Bolsonaro estava ao lado de Capitão Wagner (Pros), deputado federal eleito pelo Ceará, e destacou a importância da obra, iniciada no governo do ex-presidente Lula (PT). “No governo, caso nós cheguemos lá, minha ideia é não fazer nenhuma obra nova. Vamos concluir as antigas. E essa [a transposição] a gente nem discute a sua importância. É vital para vocês do Nordeste que essa obra seja concluída”, afirmou.
O presidenciável passou o dia em sua casa, num condomínio da Barra da Tijuca. Recebeu uma equipe da TV Record para conceder uma entrevista e anunciou um pronunciamento ao vivo no Facebook às 18h30.
Na transmissão, ele se comparou ao juiz Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, e disse que ambos perderam a liberdade de andar sem segurança, lembrando do atentado a faca que sofreu.
“Sergio Moro tem menos liberdade que um cara que está com tornozeleira aí”, disse, afirmando que o juiz não pode passear livremente com sua família por ser ameaçado de morte.
O capitão reformado mandou um abraço a Moro e Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio.
Ele voltou a defender a propriedade privada e a posse de armas como forma de defesa. E atacou o PT e Guilherme Boulos, candidato derrotado do PSOL, por defenderem ocupações. Disse ainda que, se eleito, vai tentar aprovar no Congresso um projeto de lei que tipifique as ações de movimentos sociais como o MST e MTST como atos de terrorismo.
Bolsonaro criticou a imprensa ao afirmar que ela é responsável por tratá-lo como ameaça à democracia e voltou a repetir que é vítima de notícias falsas.
Ele rebateu as acusações dizendo que seu adversário, Fernando Haddad (PT), é quem ameaça a democracia. Como evidência, citou os trabalhos do ex-prefeito no mestrado e no doutorado e disse que o interesse de Haddad por marxismo e União Soviética provam que ele não é democrático.
Apesar de criticar a imprensa, Bolsonaro disse que a Globonews admitiu que é muito difícil ele perder as eleições. “Só tem uma maneira… [de perder]”, afirmou, sem completar a frase, no contexto de que ele vem sofrendo ameaças.
Bolsonaro culpou o PT por espalhar notícias de que ele votou contra o Estatuto da Pessoa com Deficiência e afirmou que foi contrário apenas ao ponto em que o projeto se referia à causa LGBT. “Existe um ativismo muito forte da questão LGBT. Não tenho nada contra, mas o estado não tem nada com isso”, disse.
Ele disse ainda que partidos como PT e PSOL “fazem emendinha qualquer” sobre o tema em vários projetos. “Não podemos criar classes especiais só porque o elemento diz que é gay.”
(TALITA FERNANDES)