A Campanha de Vacinação contra Influenza tinha previsão para acabar no dia 26 de maio, mas foi estendida até amanhã (9), por conta da baixa de adesão em alguns grupos de risco, principalmente o das crianças.
Em entrevista aos jornalistas Altair Tavares e Samuel Straioto, pelo jornal Realidade, da Rádio Vinha FM, a enfermeira da gerência da imunização e rede de frio da Secretaria de Estado da Saúde (SES/GO), Liz Jane Ribeiro Silvestre, afirmou que a meta para o grupo era atingir 90% da população, no entanto, foram atingidos cerca de 72%.
Leia a entrevista na íntegra:
Quais são os números nesta reta final de campanha de vacinação contra influenza?
A gente chegou a uma cobertura geral nos grupos, até agora de 85%, falta pouco para inteirar os 90%. A campanha ainda vai até amanhã (9), a gente espera que consiga atingir algum grupo. A maioria das vacinas já terminaram, a partir do momento que liberou para a população muita gente procurou e era um quantitativo pequeno, porque eram doses que haviam sobrado do grupo prioritário que não haviam vacinado. Então a gente espera amanhã para ver como vai encerrar a campanha, se chega aos 90%, que seria a nossa meta.
88% em relação a todos os grupos. E quanto a crianças com idade inferior a 5 anos, qual a porcentagem nesse momento?
Criança está na casa dos 72%, não chegou nem aos 80%. Gestante também é um grupo que está bem baixo, cerca de 70% de cobertura. São os dois grupos que menos aderiram a vacinação.
Agora, por que menos crianças foram vacinadas?
Olha, a gente não tem muita explicação. Às vezes os pais que não levaram as crianças, porque esse ano a gente fez um cronograma de vacinação que facilitou bastante, as pessoas não pegaram muitas filas, cada semana foi um grupo prioritário, para não virar aquele congestionamento nos postos de vacinação. Não tem muita explicação porque não foram, às vezes, foram os pais mesmo que não aderiram, que não levaram as crianças para vacinar.
Vai mudar algum ponto na estratégia para alcançar esses pais e consequentemente as crianças?
Então, a gente orienta os pais a procuraram a vacinação. Aquelas crianças que tomaram a vacina, que tem a segunda dose a tomar, para essas crianças a dose está garantida, para completar o esquema de vacinação. E fica o chamado, apesar de que em Goiânia mesmo já existe uma dificuldade de achar a vacina, para a população em geral, mas para as crianças ainda está reservado.
Quem procurar nessa faixa de risco poderá encontrar vacina ainda com certa facilidade?
Isso. Para as crianças foi feita a reseva das doses, então a gente espera que eles consigam vacinar.
E quanto aos demais grupos de risco?
Os demais grupos a gente orienta que procurem para ver se conseguem localizar a vacina.
Para esses grupos há uma dificuldade neste momento?
Sim. Para eles, a partir do momento que liberou para a população, as doses foram acabando, houve uma procura grande e durou pouco tempo. O quantitativo já era pequeno, capaz que muitos municípios já não tem doses disponíveis para outros grupos sem ser as crianças.
Para os outros grupos, chegou a atingir a meta, ou está bem abaixo como no caso das crianças?
Não, idosos a gente superou a meta, atingiu 93%, nossa meta era 90%. Professores também foi para 98%, os indígenas, todos os aldeados foram vacinados, o que deu 106%, e puérperas e trabalhadores da saúde ficou na casa dos 87%, quase atingiu a meta. Só o grupo de gestante e criança que ficaram um pouco abaixo.
Em relação a números nos municípios. Há alguma região do estado que preocupa mais, que teve uma baixa adesão?
Isso. Sobraram poucos municípios que ficaram abaixo de 50%. Eu acredito que esses municípios também liberaram a vacinação para a população em geral, mas no total, a gente tinha mais de 90 cidades que já tinham atingido a cobertura.
O Estado de Goiás chegou a receber mais vacinas do Ministério da Saúde ou apenas o quantitativo que já estava em posse?
Não. O Ministério da Saúde não enviou doses extras, a gente trabalhou com o quantitativo que a gente tinha, para 100% do grupo alvo, que era 1.730 milhão de doses, mais ou menos. Foi com esse quantitativo que a gente trabalhou e o que não foi utilizado pelos grupos prioritários foi liberado para a população.
Quanto as casos de influenza. Quantos casos nós temos registrados em Goiás no ano de 2017? Chegamos a ter óbitos em decorrência desta doença?
Tivemos casos sim. Até o último levantamento que a gente recebeu, haviam 57 casos por influenza. Desses, 13 foram a óbito. É um número que não chega ao que foi o ano passado, que foi um surto muito grande, mas esse ano, a gente também tem casos, ou seja, o vírus está circulando. É por isso que foi feita a vacinação, para ver se diminui esse número de casos, evita o surto, e essas complicações pela Influenza.
A população deve estar atenta por conta de outros tipos de vírus que estão em circulação?
É, a gente entra num período agora que vai de maio até agosto, que tem mais circulação viral, um período mais frio, mais seco, de todos os tipos de influenza, esse três tipos de vírus são os mais graves mas tem outros tipos de gripe. Então assim, a população é orientada a evitar tumulto, se estiver gripado evitar ambientes fechados, se for tossir ou espirrar usar um pano, evitando contaminar outras pessoas, essas recomendações permanecem, para as pessoas em geral.
Essa baixa adesão por parte dos pais, pode estar relacionada há mitos que se tem em relação a vacina, como a ineficácia?
Provavelmente, uma parcela da culpa seja isso mesmo. As pessoas ouvem muitos boatos, falsos mitos falando mal da vacina, que a própria vacina pode causar a doença. Então, às vezes, as pessoas acreditam nesses boatos e ficam com medo de vacinar, mas isso não é verdade. A vacina da gripe é uma vacina de vírus morto, então sem chance de se desenvolver a gripe pela vacina. O que as vezes as pessoas falam que vacinou e gripou é porque já estavam com o vírus encubado, e após um tempo manifesta a doença coincidindo com a vacinação.