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Goiânia
| Em 2 anos atrás

Câmara dos Vereadores realiza audiência pública sobre orçamento da Prefeitura de Goiânia para 2023

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A Câmara Municipal de Goiânia realizou, na tarde da última terça-feira (01º/11), audiência pública para discutir a Lei Orçamentária Anual (LOA) referente a 2023. O debate, convocado pelo relator da matéria na Casa, vereador Clécio Alves (Republicanos), reuniu parlamentares, técnicos da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin) e representantes de diferentes segmentos organizados da sociedade.

Segundo o projeto enviado ao Legislativo pela Prefeitura, a estimativa de receita para o Município é de R$ 7,2 bilhões. A previsão do Executivo é destinar R$ 461 milhões para variados investimentos na cidade, o que representa 6,33% do valor que deverá entrar em caixa.

“A Prefeitura de Goiânia aumentará o valor aplicado em Saúde e Educação no ano que vem, na comparação com 2022”, destacou o diretor de Planejamento e Orçamento da Sefin, Hermes Oliveira da Silva.

De acordo com ele, o orçamento para a área de Saúde, em 2023, será de R$ 1,8 bilhão – foi de R$ 1,6 bi neste ano – e para a Educação será de R$ 1,4 bilhão – foi de R$ 1,3 bi em 2022. Emendas impositivas, destinadas aos vereadores, somarão R$ 76 milhões. “Serão destinados cerca de R$ 2,1 milhões a cada parlamentar”, explicou Hermes.

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A LOA para o exercício fiscal de 2023 foi enviada à Câmara no último dia 30 de setembro. A proposta estima receitas e despesas em montante 7,9% superior ao apresentado para 2022 – que ficou em R$ 6,7 milhões.

A diferença corresponde a pouco mais de R$ 582,7 milhões de acréscimo sobre o exercício atual. Além da previsão de receitas e despesas, o documento estabelece também fonte dos recursos e destinação dos investimentos e gastos.

No Legislativo goianiense, após ter sido apresentada e debatida em audiência pública, a LOA será apreciada pela Comissão Mista, que reúne vereadores integrantes de todas as comissões permanentes. Em seguida, precisa passar por dois turnos de votação em Plenário.

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“O espaço agora está aberto para apresentação de emendas”, informa o vereador Clécio Alves, vice-presidente da Câmara e relator do projeto na Comissão Mista. “Temos até o dia 15 de dezembro para concluir o relatório e apreciá-lo. O tempo é suficiente para que todos tenham conhecimento acerca do projeto e, se houver necessidade de alteração, da mesma forma temos prazo”, avalia.

Ele acrescenta que pretende entregar o relatório final no dia 15 de dezembro, data em que também pretende se licenciar do mandato para assumir vaga como deputado estadual na Assembleia Legislativa de Goiás.

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Modelo orçamentário e investimentos

No Brasil, o modelo orçamentário é formado pelo Plano Plurianual (PPA), pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e pela Lei Orçamentária Anual (LOA). O PPA é instrumento de planejamento a médio prazo (quatro anos).

Já a LDO orienta o governo a respeito de quais devem ser prioridades para o ano seguinte; e a LOA define alocação de recursos necessários para viabilizar o que foi planejado.

Receitas municipais vêm, basicamente, de duas fontes: da arrecadação própria de tributos – com destaque para IPTU, ITU e ISS – e de transferências constitucionais feitas pela União – em especial oriundas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Sistema Único de Saúde (SUS).

É por meio da Lei Orçamentária Anual que Prefeituras promovem execução financeira das administrações direta e indireta e dos fundos.

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Em Goiânia, regras para elaborar e executar o orçamento de 2023 foram aprovadas na Lei nº 10.815, de 3 de agosto de 2022. É com base nela que a Secretaria Municipal de Finanças redigiu a LOA do próximo ano.

Do valor total da receita estimada pelo Executivo (R$ 7,2 bilhões), quase metade (R$ 3,13 bilhões) será aplicada em Seguridade Social (Saúde, Previdência e Assistência Social). Outros R$ 4,16 bilhões serão destinados a demais fundos, órgãos e entidades da administração pública direta e indireta.

A LOA fixou despesas correntes em R$ 2,65 bilhões no ano inteiro, o que equivale a reservar 36,41% do orçamento para manutenção da máquina pública; pagamento de subvenções sociais; gastos com saneamento; limpeza urbana; entre outros.

Recursos para servidores (ativos e inativos) e outras despesas com pessoal estão fixados em R$ 3,78 bilhões. Juros e encargos da dívida municipal respondem por 3,82% das despesas  – pouco mais de R$ 278 mil.

O orçamento para 2023 prevê que a Prefeitura invista R$ 110 milhões em subsídios para o transporte coletivo. Traz ainda despesas com segurança pública (R$ 4,64 milhões); trabalho (R$ 359 mil); cultura (R$ 6,8 milhões); promoção de direitos e de cidadania (R$ 13,7 milhões); urbanismo (R$ 96,5 milhões); habitação (R$ 13,9 milhões); gestão ambiental (R$ 7 milhões); ciência e tecnologia (R$ 19,4 milhões); esportes e lazer (R$ 3,1 milhões). 

A LOA também apresenta previsão do duodécimo a ser repassado à Câmara – participação do Poder Legislativo na Receita Corrente Líquida (RCL) do Município. Para 2023, essa parcela ficou estabelecida em R$ 195 milhões – ou 4,5% da receita prevista, conforme regulamenta a lei.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.