O governador Ronaldo Caiado anunciou nesta segunda-feira (20) a suspensão do corte de metade dos atendimentos eletivos que havia sido anunciado pelo Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) na semana passada. O episódio culminou num pedido de exoneração de Hélio José Lopes, então presidente da autarquia.

Caiado pediu desculpas aos usuários pelo que chamou de “constrangimento” causado pela medida. O governador afirmou que as faturas dos serviços prestados pelas clínicas, hospitais e laboratórios parceiros estavam sendo pagas sem processo de auditoria. Notou-se então um aumento de despesa. O Ipasgo, segundo Caiado, justificou que não tinha equipe para manter auditorias de todas as faturas.

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De acordo com o governador, será realizado uma auditoria ampla e instaurado um procedimento de compliance. “Não podemos deixar que um aumento de despesa não seja explicado”, afirmou. O governo espera uma redução de 15% a 20% nos gastos após essas medidas.

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Caiado também rebateu as afirmações que apontam que o Ipasgo tinha R$ 560 milhões em caixa e, mesmo assim, estaria cortando atendimentos. “O Ipasgo paga os procedimentos aos prestadores 60 dias depois, portanto, não há esse dinheiro em caixa. Se você pegar o valor que pagaremos em 60 dias, vai ser zero a zero. Estaremos pagando o que o servidor deposita, e os prestadores recebendo”.

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O governador afirmou ainda que o orçamento do Ipasgo é de R$ 1,5 bilhão e está mantido para atender todos os usuários do plano de assistência.

Secretário de Saúde assume

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Sem Hélio José Lopes, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, vai acumular o cargo de presidente do Ipasgo. Uma força-tarefa foi montada por Caiado e terá também a Secretaria de Segurança Pública, com Rodney Miranda, Henrique Ziller, da Controladoria-Geral do Estado (CGE), e Adriano da Rocha Lima, da Secretaria-Geral da Governadoria.

Entenda

O Ipasgo cortou metade dos atendimentos eletivos no dia 6 de setembro, alegando que o limite orçamentário do plano de assistência foi extrapolado nos meses de julho e agosto pelo atendimento à demanda reprimida causada pela pandemia. Por isso, o instituto disse ser necessário estabelecer “medidas de contenção de gastos para garantir o equilíbrio financeiro e orçamentário para o fechamento de 2021”.

A medida foi muito criticada por entidades e associações hospitalares e de laboratórios, que disseram que muitos usuários teriam o atendimento prejudicado.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou, na última quinta-feira (16), que todas as cotas fossem restabelecidas, atendendo um pedido da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa.

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