O governador Ronaldo Caiado (UB) criticou a atuação do governo federal diante do atual cenário de queimadas provenientes de ações criminosas. O chefe do Executivo goiano defendeu a prerrogativa dos Estados em poderem agir paralelamente à União em situações de emergência, como a que assola várias unidades federativas, no momento.
Em entrevista à Globo News, nesta segunda-feira (16), Caiado reclamou da demora do governo federal e destacou que o engessamento dos Estado no combate aos incêndios muito se deve ao teto de gastos determinado pelo governo. “Só agora o governo federal resolveu liberar verba. Já não vai resolver mais nada, o prejuízo está instalado e os Estados terão de arcar com queda na arrecadação, desemprego, óbitos e destruição do meio ambiente”, lamentou.
Apesar das dificuldades, o governador destacou que mantém rigorosamente sua responsabilidade com empenho de todo o aparato para enfrentar a propagação do fogo e que detém o melhor desempenho em frentes como o combate ao desmatamento ilegal. “Goiás é o único Estado que paga por serviços ambientais. Se o cidadão deixou um hectare de Cerrado sem desmatar, vai receber quase R$ 700 por ano”, citou ao mencionar o programa Cerrado em Pé, lançado recentemente.
Caiado reforçou o trabalho desempenhado pelas forças goianas em prol do combate aos incêndios criminosos ao ressaltar que no Estado, 12 pessoas já foram detidas por suspeita de provocar queimadas. O governador reitera que é fundamental o endurecimento da legislação no período crítico do problema.
Com efeito, confirmou que vai brigar pelo direito de tomar medidas administrativas e judiciais contra quem provoca incêndios criminosos. Ele sinalizou que vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). “Se o governo federal é que tipifica o crime e ele cruza os braços, o cidadão continua incendiando o Brasil inteiro, então essa é a minha opção como governador”, frisou.
O governador lembrou que, além de prejudicar a qualidade do ar e o clima em geral, este tipo de crime destrói lavouras, pastagens, maquinários agrícolas e vidas animais e humanas. Ele também aproveitou para defender o setor agropecuário e negou participação de produtores rurais em incêndios criminosos, alegando ser um contrassenso. “Nenhum produtor vai provocar sua autodestruição. Quando se passa o fogo na terra, se destroem 20 anos de preparo daquele solo”, exemplificou.