O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) foi denunciado nesta terça-feira (14) pela quarta vez pelo Ministério Público Federal do Rio, neste caso sob acusação de lavagem de dinheiro junto com outras dez pessoas.
O peemedebista responderá também por integrar organização criminosa com outras seis pessoas, todas alvo das operações Eficiência e Mascate, deflagradas no mês passado.
Esta denúncia se refere à movimentação de propina dentro do Brasil descrita pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar em delação premiada à Procuradoria. Todos os denunciados, de acordo com a acusação, participaram de alguma forma no vaivém do dinheiro vivo.
“Os doleiros recebiam dos demais denunciados dinheiro em espécie oriundo dos crimes de corrupção praticados, custodiavam tais recursos em seu escritório e os distribuíam posteriormente para pagamentos de despesas em favor dos membros do grupo criminoso.”
“Os colaboradores forneceram uma planilha de controle de caixa que aponta que os recursos por eles custodiados foram utilizados para pagamentos de despesas, no período de 1º de agosto de 2014 a 10 de junho de 2015, no valor de R$ 39,7 milhões -uma média de aproximadamente R$ 4 milhões por mês”, afirma o MPF, em nota.
Além de Cabral, também foram denunciados por crimes de lavagem de dinheiro a ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, Carlos Emanuel Miranda, Luiz Carlos Bezerra, Sérgio Castro de Oliveira, Ary Ferreira da Costa Filho, Thiago de Aragão, Francisco de Assis Neto, o Kiko, o doleiro Álvaro Novis, além dos dois colaboradores, cujas penas já foram definidas por acordo de delação premiada homologada pela Justiça Federal. Oliveira, Aragão, Assis Neto e Novis também foram denunciados por integrarem a organização criminosa liderada pelo ex-governador.
De acordo com a denúncia, “o vultuoso volume de recursos obtidos em razão dos crimes praticados pelo grupo criminoso exigia uma forte estrutura destinada à movimentação e lavagem do dinheiro da propina”.
Cabral está preso desde novembro sob acusação de cobrar propina na execução de obras públicas. (Folhapress)