O governo belga elevou o alerta para terrorismo no país para nível máximo. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques mas ele ocorre quatro dias após a prisão, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, principal suspeito pelos ataques de Paris em novembro.
Segundo a agência AFP, o porta-voz dos bombeiros, Pierre Meys, 11 pessoas morreram no aeroporto. Já a autoridade de trânsito da cidade disse que 15 pessoas morreram no metrô.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, confirmou que uma das explosões no aeroporto foi causada por um ataque suicida.
Ele classificou a ação como “violenta e covarde” e disse que foi um “momento trágico na história do país”.
As duas primeiras explosões aconteceram por volta das 8h (4h de Brasília) no aeroporto de Zaventem.
A terceira ocorreu cerca de uma hora depois na estação de metrô de Maelbeek, perto das instituições da União Europeia.
O aeroporto, o metrô e todo o sistema de transportes da cidade (incluindo ônibus e VLTs) estão parados. Os trens da Eurostar de Bruxelas para Londres também foram suspensos.
A emissora estatal RTBF disse que o palácio real teve que ser evacuado – a família real belga disse em comunicado que estava “abalada com o odioso ataque”.
A RTBF diz também que a polícia está fazendo buscas em casas de suspeitos em Bruxelas.
Ataques
Segundo a agência de notícias Belga, houve tiros e gritos em árabe antes das explosões no aeroporto.
A mídia belga afirma que uma das explosões no aeroporto foi causada por um ataque suicida. A outra bomba estaria em um pacote.
Também há relatos de que uma das explosões teria ocorrido perto da área de check-in da American Airlines, mas isso não foi confirmado.
A emissora belga RTBF citou uma testemunha dizendo que havia pessoas feridas e inconscientes no saguão do aeroporto, perto do hotel Sheraton.
Imagens publicadas em redes sociais mostram fumaça saindo de um dos terminais do aeroporto. Os trens que vão para o local foram suspensos.
“Eu estava no meu intervalo e ouvi e senti uma grande explosão – daqui temos vista para a área de check-in e vimos fumaça vindo de lá”, disse Niels Caignau, funcionário da Swissport, à emissora VRT.
“As janelas estão completamente despedaçadas. As pessoas saíram em choque. A situação não está boa”, completou.
França
A França anunciou que vai empregar 1600 agentes para reforçar a segurança nas fronteiras após as explosões em Bruxelas. Os policiais irão para aeroportos, estações de trens e postos de fronteiras.
Segundo a polícia francesa, os ataques de novembro em Paris, que mataram 138 pessoas, foram em grande parte planejados em Bruxelas por pessoas ligadas ao grupo autodenominado “Estado Islâmico”.
Após a prisão de Abdeslam, que seria o principal responsável pelos ataques, o ministro das Relações Exteriores da Bélgica, Didier Reynders, disse que a descoberta de armas indicava que cúmplices dele poderiam realizar novos ataques.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques. Mas apoiadores do Estado Islâmico elogiaram a ação nas redes sociais e parecem acreditar que o grupo é responsável por ela.
Alguns estão usando, em árabe, a hashtag #BruxelasEmFogo para elogiar os eventos. Os apoiadores do EI usaram hashtags semelhantes para comemorar os ataques de Paris.
Se o Estado Islâmico de fato for o responsável pelos ataques, é provável que só assumam a responsabilidade depois que a ação for concluída, ou seja, quando não houver mais ataques planejados ou quando todos os que atuaram neles tiverem fugido (ou morrido), como foi feito em outras ocasiões.
Já os partidários da al-Qaeda não estão sendo tão ativos sobre os ataques nas redes.