O presidente Bruno Peixoto (União Brasil) promete ‘ampliar o debate’ sobre a possibilidade de reeleição da mesa-diretora na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). O assunto volta a pauta menos de três meses desde que parlamentares decidiram pôr fim a continuidade de gestões no legislativo goiano.
Os parlamentares desengavetaram um projeto de 2020 que pode fazer com que o mecanismo retorne ao legislativo. Em entrevista concedida durante a sessão nesta terça-feira (28), Bruno Peixoto destacou que respeita a decisão dos deputados que na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) entenderam pela constitucionalidade do texto e aprovaram a matéria com 11 votos favoráveis com dois contrários.
“Tenho total respeito pela vontade da maioria”, ponderou. Questionado sobre o porque pautar o assunto com tão pouco tempo que os próprios deputados decidiram pelo fim da reeleição, Peixoto avaliou que a renovação do legislativo foi um dos fatores que pesaram. No entanto, promoverá amplo debate.
“Vamos ampliar o debate e quando estiver maduro estaremos apreciando a matéria. Sempre respeitando a vontade da maioria. A décima nona legislatura teve um pensamento. A vigésima legislatura houve uma oxigenação de 21 deputados. É natural que o pensar também possa ser alterado. Vamos sempre respeitar a vontade da maioria”.
Bruno Peixoto em entrevista concedida nesta terça-feira (28)
O assunto gerou controvérsias entre alguns parlamentares. A matéria nº 0945/20 de autoria do deputado Talles Barreto (União Brasil) foi classificada pelo deputado Mauro Rubem (PT) ao Diário de Goiás como uma “emenda jabuti”. “Era uma PEC que tinha um objetivo e foi enxertada com essa situação da mesa-diretora”, destacou.
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De fato, o texto de Talles Barreto tratava-se de um “pedido” do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) que abria mão dos mecanismos de segurança do estado, como a Polícia Militar, que estão à disposição dos políticos depois do mandato. Na matéria, o tucano abria mão desse direito.
O deputado estadual Lincoln Tejota (União Brasil) também demonstrou insatisfação com a forma como o projeto foi apresentado. “Quero manifestar meu voto contrário. Não ao que está sendo discutido. Ninguém está falando aqui da possibilidade de reeleição do nosso grande amigo Bruno Peixoto. Eu acho que tem tudo para isso acontecer e a gente precisa discutir isso sim”, destacou.
Ao Diário de Goiás, Mauro Rubem disse que ainda não tem uma posição formada sobre como poderá votar essa matéria mas reclamou da tramitação rápida de projetos enviados pela Governadoria. “É importante que se vote com celeridade projetos emergenciais. Uma ponte caiu e precisa de recursos? Vamos atrás de votar o quanto antes”, exemplificou. Ele defendeu que de fato a discussão seja ampliada e as votações não sejam realizadas a toque de caixa.
Lincoln também seguiu a mesma linha e lembrou que há pouco tempo os próprios parlamentares optaram pelo fim da reeleição. “Estamos falando de um projeto que há dois meses por unanimidade definimos que não teria reeleição. Agora sem discutir usando de uma estratégia regimental, desarquivar um projeto que foi arquivado em 2019 e afirmamos para a sociedade que todo o devido processo foi cumprido”, pontuou.