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“Brexit” ofusca a “terceira via” britânica

Quando foi convocada a eleição, em abril, além da vitória certa dos conservadores da primeira-ministra Theresa May, parecia que o Partido Liberal-Democrata conquistaria força para romper o bipartidarismo britânico, podendo ameaçar a oposição trabalhista até em seu mais forte reduto, Londres.

Faltando um dia para as urnas, os “lib-dems”, como são chamados, parecem destinados a voltar à condição de nanicos apenas dois anos depois de serem governo pela primeira vez, na coalizão com os conservadores (2010-15).

Analistas tentam explicar ao mesmo tempo as dificuldades de May, que chega à votação com margem apertada, e o aparente naufrágio do partido que almejava ser a “terceira via” ou até a “verdadeira oposição”, como disse seu líder, Tim Farron.

Muitos fatores devem ser levados em conta, mas o mais importante é a aposta total contra o “brexit”. Os “lib-dems” foram os únicos coesos na oposição à saída da União Europeia no plebiscito de 2016. Conservadores e trabalhistas tinham representantes pró e contra a UE.

Farron e seus estrategistas acharam que seriam premiados com muitos votos dos 48% contrários à saída da Europa, frustrados com a ambiguidade das duas maiores agremiações. Essa posição valeu o apoio da prestigiosa revista “The Economist”, mas não rendeu votos, a julgar pelas pesquisas, nas quais o partido patina em 8%.

Ao jogar todas as fichas na questão internacional, a legenda não se conectou com o eleitor, mais preocupado com questões locais como educação, saúde e transportes públicos, além da iminência de mais impostos. Mesmo na reta final, diante dos atentados terroristas das últimas semanas, o britânico não dá sinal de mudar o voto.

Além desse aparente erro de estratégia, o partido pagou caro por uma campanha negativa lançada logo no início da disputa: a acusação de que a fé de Farron o tornava homofóbico e antiaborto. Com isso, ataques na internet se tornaram o principal tema das perguntas ao candidato.

Por fim, o Reino Unido voltará amanhã às urnas apenas um mês depois de uma rodada de eleições municipais em que os “lib-dems” tiveram performance pífia. Tal fraqueza quando a campanha nacional já estava em curso deixou o partido com cara de incapaz de governar o país.

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Rayka Martins

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