Já imaginou participar da escolha do próximo presidente do Brasil direto do interior da China ou de um vale no Líbano? Pois, isso será possível em outubro próximo.
Este ano, o número de brasileiros no exterior aptos a votar aumentou 41,37%, são 500 mil 727, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Para atender esse contingente serão enviadas urnas para 171 localidades em 99 países.
Segundo a chefe da Zona Eleitoral do Exterior (ZZ), Juliana Caitano, a votação no interior da China não foi possível em 2014.
“Este ano, vamos fazer [a votação] no interior do país”, disse. “Também faremos a votação no interior do Vale do Bekaa [no Líbano], que é uma comunidade que mora em uma montanha muito isolada. Como eles moram em uma área de conflito, não conseguem sair do vale e votar em Beirute”, acrescentou.
O eleitor que mora no exterior poderá votar apenas em candidatos que concorrem à Presidência da República. O aumento significativo de brasileiros aptos a votar fora do país é atribuído a uma parceria entre o TSE e o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o que facilitou o cadastramento eleitoral de brasileiros residentes em vários países.
Além disso, a Justiça Eleitoral destaca que avanços tecnológicos, como a criação do Título Net Exterior, que reduziu a burocracia para o alistamento e transferência do eleitor que reside fora do país, e a substituição do Título de Eleitor em papel pelo e-Título, também contribuíram para o crescimento do registro de eleitores brasileiros em outros países.
A responsabilidade pela organização da eleição no exterior cabe ao Cartório da Zona Eleitoral no Exterior (ZZ) fora do Brasil. Depois de lacradas, as urnas foram recolhidas pelo Itamaraty, que fará a distribuição para o exterior como malas diplomáticas a consulados e embaixadas. Nesses locais, cabe aos funcionários do MRE organizar e garantir a realização do pleito.
No total 744 urnas serão enviadas aos locais de votação no exterior. Desse número, 680 são eletrônicas e 64, de lona. Essas últimas serão remetidas a 60 locais que têm dificuldades alfandegárias, problemas como queda de energia e instabilidade política ou com quantitativo de eleitores muito pequeno.
Por terem o maior número de eleitores fora do Brasil, a maior parte das urnas eletrônicas será enviada para Boston (46) e Miami (45), nos Estados Unidos. Boston conta com 35.044 eleitores brasileiros cadastrados e Miami, 34.356. A terceira cidade com maior número de brasileiros aptos a votar no exterior é Tóquio, no Japão, com 26.092.
As mulheres também são maioria entre os brasileiros aptos a votar no exterior com 58,4%, totalizando 292.531 eleitoras, enquanto os homens equivalem a 41,6% do eleitorado.
A faixa etária que predomina fora do país é a de 35 a 39 anos, seguida dos eleitores que têm entre 40 e 44 anos.
O primeiro e o segundo turnos de votação no exterior ocorrem na mesma data da eleição no Brasil, das 8h às 17h, de acordo com o horário local.
O primeiro turno das eleições será no dia 7 de outubro e o segundo no dia 28 do mesmo mês.
O Código Eleitoral prevê como condição para a criação de mesas de votação no exterior o número mínimo de 30 eleitores.
As seções eleitorais funcionam nas sedes das embaixadas, em repartições consulares ou em locais em que existam serviços do governo brasileiro.
Para votar, basta que o eleitor apresente um documento oficial com foto. Para saber o local de votação, o eleitor deve consultar o portal do TSE, por meio da seção Serviços ao eleitor > Título de eleitor > título e local de votação.
A consulta pode ser feita pelo nome do eleitor (ou número do título eleitoral), data de nascimento e nome da mãe.
Além da cidade e endereço de seu local de votação, lá aparecerá o número de seu título e de sua seção.
Também é possível obter a versão digital do título de eleitor por meio do aplicativo e-Título, disponível para smartphones e tablets nas lojas virtuais Apple Store e Google. (Agência Brasil)