A retomada da economia brasileira já se faz sentir na demanda internacional de passageiros para os EUA, de acordo com o presidente da área internacional da Delta Airlines, Steven Sear.
“Com a combinação de uma moeda forte e a recente recuperação da demanda, o Brasil voltou a ser um dos mercados com a melhor performance para a Delta hoje”, declarou Sear.
“Esperamos que a história se repita e o Brasil entre em uma curva ascendente de altas taxas de crescimento como aconteceu no passado [início dos anos 2000].”
No caso das empresas brasileiras, segundo dados da Abear (associação que reúne as companhias aéreas do país), o mercado internacional cresceu 16,8% em agosto em relação ao mesmo período do ano passado –o décimo mês consecutivo de crescimento da demanda
O executivo da Delta disse que a empresa sempre está em busca de oportunidades, mas afirmou ser cedo para falar de planos de ampliação de rotas ou de frotas.
“Estamos felizes de ver outros membros da família, como a Air France, abrindo um novo voo em Fortaleza, e a Gol também aumentando sua presença na cidade.”
A Delta adquiriu 10% de participação na Air France-KLM, em julho passado, e detém 9,5% da Gol.
Durante um evento para a imprensa na qual anunciou a entrada em operação do Airbus A350, em Atlanta, sede da companhia,o presidente-executivo da Delta, Ed Bastian, negou qualquer estudo para ampliar a sociedade com a aérea brasileira.
Esta possibilidade chegou a ser ventilada por um outro executivo da companhia, Glen Hauenstein, em entrevista à agência Bloomberg há cerca de um mês.
“A Gol é um importante parceiro para nós, mas não temos nenhum plano de aumentar a participação societária”, disse ele.
Segundo Bastian, as operações de Gol e Delta são 100% complementares, sem qualquer competição de rotas e que por isso não há necessidade de aprofundar a sociedade.
Nos últimos cinco anos, de acordo com Bastian, a Delta investiu US$ 2 bilhões em aquisições de participação em companhias estrangeiras.
A companhia americana detém ainda fatias de 49% da Aeroméxico, 49% da Virgin Atlantic (com sede no Reino Unido), 3,5% da China Eastern e mais uma joint venture com a Korean Airlines.
CEUS ABERTOS
Bastian disse ser favorável a um acordo de céus abertos entre os Brasil e os Estados Unidos –medida que também foi defendida pela Latam e pela American Airlines em encontro com o presidente Michel Temer nesta semana em Brasília.
“Mas, diferentemente de Latam e American, nossa parceria com a Gol não depende dessa aprovação”, afirmou o presidente-executivo da Delta Airlines.
Um acordo de céus abertos entre Brasil e Estados Unidos retira as limitações para a oferta de voos entre os dois países.
Hoje os destinos e a frequência de voos são estabelecidas pelos governos dos dois países.
Latam e American Airlines possuem um acordo de negócios para compartilhar despesas nas rotas comuns entre as companhias, mas, apesar de já ter sido aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), os Estados Unidos condicionaram a aprovação do acerto entre as empresas à ratificação do acordo de céus abertos por parte do Brasil
*A jornalista viajou a convite da Delta
DELTA E O BRASIL Empresa aérea atua em três localidades
De onde saem os voos da Delta no Brasil
São Paulo (Guarulhos)
Rio de Janeiro (Galeão)
Brasília
Quais são os destinos da companhia no Brasil para os EUA
Atlanta
Detroit
Nova York
Orlando
266,5 mil foi o número de passageiros pagos que ela transportou do Brasil para os EUA nos nove primeiros meses deste ano
255,4 mil foi o número de passageiros pagos transportados por ela dos EUA para o Brasil de janeiro a setembro deste ano
Raio-x da empresa (3º tri.2017)
Faturamento
US$ 11 bilhões
Lucro
US$ 1,2 bilhão
Número de funcionários
80 mil
Principais concorrentes
American Airlines, United Continental e Southwest Airlines