O vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou nesta quarta-feira (30) que o Brasil pode atender ao apelo de ajuda humanitária feito pelo líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que se declarou presidente encarregado do país.
“A gente pode fornecer médico, podemos fornecer medicamentos, podemos fornecer alimentos, principalmente. Até por meio de doações”, afirmou, na saída do gabinete da Vice-Presidência.
“Na região de Brumadinho (MG) pediram para suspender os donativos por causa da generosidade do nosso povo”, notou.
Mourão se referiu a doações a vítimas do rompimento de barragem da Vale na região, que deixou ao menos 84 pessoas mortas e 276 desaparecidas.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Guaidó afirmou nesta terça (29) que espera o apoio do presidente Jair Bolsonaro para a entrada de ajuda humanitária na Venezuela através da fronteira, nos próximos dias.
O general disse que, por ora, não há uma operação de ajuda humanitária em curso. “Por enquanto, estou aguardando a definição do que está sendo pedido. É uma decisão do presidente depois.”
Sem ser questionado por jornalistas, ele manifestou preocupação com a prisão de jornalistas na Venezuela.
“Vocês sabem que tem uma série de movimentos pacíficos na Venezuela, mas ontem à noite [segunda, 28] dois jornalistas chilenos da TVN foram presos nas proximidades do Palácio Miraflores e até agora não foram soltos”, mencionou.
“Isso é algo que está nos preocupando. Vocês têm os contatos de vocês. Procurem divulgar isso aí, está bem?”, sugeriu.
Questionado sobre eventual nota de repúdio em relação ao caso, Mourão disse que precisa de mais informação.
“Por isso estou falando isso para vocês. Uma vez que vocês consigam outros dados maiores. Porque está difícil obter alguma coisa de lá.”
Ele recebeu nesta quarta o embaixador do Chile no Brasil, Fernando Schmidt, para, de acordo com o vice, preparar a pauta de uma visita de Bolsonaro ao país latino-americano no final de março.
“A agenda por enquanto é segredo”, disse, em tom de brincadeira. “Depois a gente divulga.” (BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)