O Brasil não passa por uma onda de frio tão severa desde 2013, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
O país vem registrando nos últimos dias temperaturas abaixo de zero na região sul, friagem na Amazônia e quedas atípicas nos termômetros até em regiões historicamente quentes, como Nordeste e Centro-Oeste.
Segundo o instituto, o inverno deste ano chegou com força porque o país não sofre, no momento, a influência do El Niño.
O fenômeno, que se configura pelo aquecimento anormal das águas do oceano pacífico, inibiu a entrada de frentes frias e de massas de ar polar no país na maior parte desses últimos quatro anos.
Para o instituto, o El Niño influenciou as condições do tempo com mais intensidade entre novembro de 2014 e abril de 2016.
De acordo com Ingrid Peixoto, meteorologista do Inmet, o país viveu sob o El Niño recordes de temperaturas elevadas e muita seca. “Agora, é como se o Brasil estivesse vivendo um inverno com cara de inverno sem nenhum bloqueio, o que deixa a estação mais definida”, explica a meteorologista.
FRIO PELO PAÍS
Nesta quarta-feira (19), a menor temperatura do país foi registrada na cidade catarinense de Bom Jardim da Serra (SC), com -7,4ºC. Em Porto Alegre, um fenômeno atípico congelou cinco aeronaves no Aeroporto Internacional Salgado Filho, o que ocasionou atrasos de até três horas na decolagem.
Em São Paulo, a madrugada desta quarta (19) foi a mais gelada do ano, com 7,9ºC registrados.
No Nordeste, a menor mínima bateu os moradores de Vitória da Conquista, na Bahia, com 10,9ºC. No Centro-Oeste, as cidades sul-mato-grossenses de Amambaí e Ponta Porã registraram -0,7ºC e -0,3ºC, respectivamente.
Nem o Acre escapou. Na cidade de Epitaciolândia, os termômetros atingiram 11,3ºC.
A tendência é que a friagem continue sendo registrada até o próximo domingo (23), quando a massa de ar polar deixará a região sul e seguirá para o oceano atlântico.
Na próxima semana, as temperaturas ficarão até mais elevadas, mas a meteorologista do Inmet adianta. “Novas frentes frias virão. Será o inverno mais típico dos últimos anos”, afirma.