O Ministério do Trabalho informou nesta quinta (20) que foram perdidos 63.624 empregos com carteira assinada em março.
O número reverte a melhora verificada em fevereiro, quando foi registrado saldo positivo de 35.712 vagas.
Apesar de negativo, o número é melhor do que o do mesmo mês do ano passado, quando foi registrada uma perda líquida (saldo entre admissões e demissões) de quase 118 mil postos de trabalho formais.
No primeiro trimestre, o saldo está negativo em 64.378 vagas, uma redução ante à perda de 303 mil vagas no primeiro trimestre de 2016.
“Os números mostram que o Brasil reduz a perda de empregos”, disse o ministro Ronaldo Nogueira.
A principal perda de vagas com carteira em março, segundo as estatísticas oficiais, ocorreu no comércio, que sozinho perdeu 33.909 vagas formais.
Entre os oito setores da economia monitorados pelo Caged, sete mostraram retração do emprego. Só a administração pública apresentou dados positivos.
Os números não representam uma frustração, na visão do ministro, porque mostram uma redução das perdas ante o mesmo mês do ano passado. Além disso, diz ele, há um efeito sazonal negativo sobre o emprego em março, com demissões nos setores de hotéis e restaurantes, com o fim das férias.
O governo havia comemorado o número positivo de fevereiro e usou o dado em comerciais para mostrar que a economia estava retomando.
Nogueira disse que a comemoração não foi precipitada.
“Não foi precipitada, não tinha como não comemorar depois de uma sequência de 22 meses de queda”, disse.
O saldo do emprego formal entrou no terreno negativo em abril de 2015.
“Em fevereiro tínhamos que comemorar e comemorar agora também o mês de março, são a metade dos números de 2016”, disse.
“Claro que gostaria de estar anunciando a continuidade dos dados do mês de fevereiro. E espero que possamos analisar números positivos em março.”
Nogueira voltou a afirmar que os saques das contas inativas do FGTS devem impulsionar o comércio, o que deve ajudar a gerar vagas a partir de abril.
“Vamos melhorando mês a mês, a perda de emprego será reduzida mês a mês”, disse.
Nogueira defendeu a reforma trabalhista, alegando que a iniciativa vai gerar empregos e dar mais segurança jurídica às relações do trabalho.
O Ministério do Trabalho, porém, é contra a mudanças no trabalho temporário e na contribuição sindical, propostas pelo relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
Segundo ele, em dezembro, o ministério elaborou um documento em que apontava a necessidade de que os dois temas fossem mantidos.
“Vamos manter nossa coerência com o que foi acordado com os representantes dos trabalhadores e entidades patronais”. (Folhapress)