Publicidade
Categorias: Mundo
| Em 8 anos atrás

Brasil diz que não mandaria tropas para a Síria sem mandato da ONU

Compartilhar

Publicidade

O governo brasileiro informou que dificilmente enviará tropas para a Síria, conforme a Rússia aventou, porque só participa de missões de paz sob a égide do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). E não há indicação de que tal mandato ocorrerá agora, até porque dependeria da aprovação de rivais de Moscou no conselho: EUA, França e Reino Unido.

Publicidade

“Nada foi pedido oficialmente ao Brasil. Provavelmente nada será pedido, porque todos sabem que o Brasil só participa de missões do Conselho de Segurança”, disse o ministro Raul Jungmann (Defesa). Ele esteve na semana passada em Moscou, participando de um seminário e encontros com autoridades, e afirma que nada disso foi discutido.

Publicidade

Moscou, que interveio na guerra civil síria em 2015 e conseguiu evitar a queda do regime aliado do ditador Bashar al-Assad, propôs a criação de quatro zonas de segurança no território do país árabe.

Segundo informou o Kremlin, as zonas poderão garantir a assistência a populações civis e ajudarão a “de-escalar” o conflito que já matou mais de 300 mil pessoas desde 2011. Mas o governo russo também disse que os locais configurarão zonas de exclusão aérea para aeronaves ocidentais envolvidas em ataques ao grupo terrorista Estado Islâmico, que domina uma boa porção da Síria.

Publicidade

A Rússia afirma que tal plano, que gerou perplexidade entre comentaristas ocidentais, teve o aval do governo de Donald Trump.

O Brasil entrou na discussão como um elemento de distração. Para evitar resistências do Ocidente à proposta, costurada em conjunto com o Irã e a Turquia e apresentada na quarta (4), o governo de Vladimir Putin disse que a segurança nos locais poderia ser feita por países emergentes como o Brasil e a Índia, parceiras de Moscou no bloco Brics, e um país árabe como o Egito -cujo regime vem se aproximando dos russos.

O temor ocidental é de que, na prática, as regiões sob tutela internacional se tornem protetorados da Rússia e das duas potências locais. A situação se complica ainda mais porque o Irã ainda é visto como um regime suspeito pelo Ocidente e adversário pelos aliados árabes do Golfo Pérsico, e a Turquia é membro da Otan (aliança militar do Ocidente), mas vem cada vez mais se distanciando da Europa e dos EUA.

Prova disso foi o avanço nas negociações, por parte de Ancara, para a compra de sistemas de defesa aérea S-400 da Rússia. Para poder operar as baterias de mísseis e ter acesso à sua tecnologia, os turcos deverão retirar esse elemento do sistema integrado de defesa da Otan, que utiliza equipamentos e códigos-fontes de software comuns aos outros membros da aliança.

Ou seja, a Turquia teria uma defesa própria, não interligada à dos parceiros ocidentais. A exemplo do que fez a França durante boa parte de sua história de relação com a Otan, o governo de Racip Erdogan buscaria uma posição de independência. De quebra, se aproximaria dos rivais número um da Europa, os russos.

O governo brasileiro já se colocou à disposição para liderar uma missão de paz da ONU quando acabar seu mandato no Haiti, no fim deste ano. Até aqui, contudo, o Líbano ou algum país da África Ocidental com presença de tropas internacionais eram os destinos mais cotados. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

Publicidade