Impulsionado pelas contratações de fim do ano no comércio e na indústria, o Brasil criou 76,6 mil vagas de emprego formal em outubro, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta segunda-feira (20) pelo Ministério do Trabalho.
Recorde no ano, o resultado também é o melhor para o mês desde 2013, quando foram criados 94,9 mil empregos. De 2014 a 2016, houve mais demissões que contratações no mesmo período.
Outubro foi o sétimo mês consecutivo em que os dados mostraram um saldo positivo na criação de empregos. Apesar disso, o resultado acumulado em 12 meses está negativo em 294,3 mil postos de trabalho.
No acumulado de janeiro a outubro, o saldo de empregos é de uma criação de 302,2 mil novos postos.
Devido às contratações de fim de ano, o resultado de outubro foi garantido, principalmente, pelo comércio, com a criação de 37,3 mil postos de trabalho, e pela indústria de transformação, com a geração de 33,2 mil empregos. O setor de serviços abriu 15,9 mil novas vagas.
A construção civil, por outro lado, encerrou 4,7 mil vagas e a agropecuária registrou um saldo negativo de 3,5 mil empregos.
“Acreditamos que a construção civil, no primeiro semestre de 2018, começará a dar resultados efetivamente positivos na geração de empregos”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
Em novembro, o resultado do Caged deve ser positivo, mas com um saldo menos expressivo que em outubro, segundo o coordenador-geral de estatística do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães.
O resultado do mês passado demonstra, segundo Magalhães, que a economia “está entrando nos eixos”, ao registrar o melhor patamar dos últimos 36 meses.
REFORMA TRABALHISTA
O ministro do Trabalho voltou a apresentar a expectativa de uma criação de 2 milhões de empregos formais nos próximos dois anos com as novas regras trazidas pela reforma trabalhista.
“Com a regulamentação de contratos intermitente, teletrabalho e jornada parcial, temos convicção que, em 2018 e 2019, teremos a oportunidade de gerar 2 milhões de empregos formais no Brasil”, disse.
Segundo Nogueira, as áreas que mais utilizarão as novas modalidades de contratação serão o setor hoteleiro, bares e restaurantes, eventos e tecnologia da informação.
NOVO CAGED
A partir de dezembro, o governo pretende divulgar os dados do Caged referentes ao mês de novembro com a especificação da quantidade de contratos intermitentes -possibilidade criada pela reforma trabalhista, que entrou em vigor no último dia 11.
De acordo com as novas regras, a mesma pessoa pode manter contratos de trabalho com mais de uma empresa.
“Vamos registrar quantos são os contratos intermitentes e vamos mostrar a quantas pessoas eles se referem”, garantiu Magalhães. “Não há hipótese de isso ser usado para inflar emprego.”
Não será possível, contudo, saber quantas foram as horas trabalhadas por meio do Caged. “O Caged registra quantidade de contratos de trabalho. Vamos informar o valor da hora contratada, mas não saberemos quantas horas de trabalho ele prestou”, disse.
(FOLHA PRESS)
Leia mais
Receita Federal reduz idade mínima para apresentação do CPF no Imposto de Renda