A entidade Transparência Internacional divulgou, nesta terça-feira (30), o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2023, apontando que o Brasil caiu 10 posições, registrando 36 pontos e ocupando a 104ª posição. O Índice mede como especialistas e empresários enxergam a integridade do setor público nos países pesquisados, com notas de zero a 100, sendo zero altamente corrupto” e 100 “muito íntegro”.
Quando melhor a posição, menos o país é considerado corrupto conforme o Índice de Percepção da Corrupção. No ranking, o país ficou com a mesma pontuação da Argélia, Sérvia e Ucrânia. Considerando as Américas, o Brasil ficou atrás do Uruguai, Chile, Cuba e Argentina.
O Brasil ficou dois pontos a menos que em 2022, abaixo da média global, que está em 43 pontos. Se levado em consideração o histórico brasileiro, essa é a segunda pior pontuação registrada desde que o Índice de Percepção da Corrupção começou a ser calculado.
O país que lidera o ranking como mais bem classificado no Índice de Percepção da Corrupção foi a Dinamarca, com 90 pontos, seguido da Finlândia (87 pontos), Nova Zelândia (85 pontos), Noruega (84 pontos) e Cingapura (83 pontos). Já a Somália teve a menor pontuação, com 11 pontos, seguida do Sudão do Sul (13 pontos), Síria (13 pontos), Venezuela (13 pontos) e Iêmen (16 pontos).
De acordo com a Transparência Internacional, em 2023, o Brasil “falhou na reconstrução do pilar político de controle da corrupção”, entretanto a Controladoria-Geral da União (CGU) é algo que vem sendo trabalhado. Segundo a CGU, o governo “vem estabelecendo a estrutura dos conselhos de políticas públicas” e que a Controladoria “trabalha diariamente para corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado”.
Um outro ponto ressaltado pela CGU é que vem “fortalecendo a integridade dos órgãos federais e colaborando para a implementação de programas de integridade pública, fomentando a adoção de mecanismos de prevenção à corrupção por empresas e aprimorando mecanismos de detecção e sanção de corrupção”.
Ex-governo
O Índice de Percepção da Corrupção da entidade cita o governo vigente em 2022, de Jair Bolsonaro, que é considerado um “retrocesso no combate a corrupção no país”. De acordo com a entidade, os anos de Bolsonaro na presidência deixaram a lição de como “podem ser desmontados os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir”.
Segundo a entidade, o combate à corrupção é construído sobre três pilares, sendo eles o judicial, político e social e, a entidade entende que “Bolsonaro se esforçou para atacar” esses pilares.
“Se tratava de um governo dedicado intensamente à neutralização de cada um desses pilares, seja para blindar sua família de investigações de esquemas de corrupção fartamente comprovados, seja para evitar um processo de impeachment por seus incontáveis crimes de responsabilidade e ataques à democracia”, afirma.