O número de estrangeiros no Brasil que aguardam na fila para que seus pedidos de refúgio sejam considerados pelo governo federal, bate recorde desde os últimos 10 anos. Segundo o colunista do site UOL, Jamil Chade, no total, são 134 mil pessoas que querem ser consideradas refugiadas no país e aguardam definição pelas autoridades. Em 2010, a fila era de 610 estrangeiros.

Os dados foram divulgados para o UOL pela presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Sheila de Carvalho, que também é assessora especial do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

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De acordo com Sheila, o Brasil acumula um grande volume de estrangeiros na fila, por conta de um avalanche refugiados venezuelanos, mas também pela manutenção das rotas para os haitianos e outras nacionalidades.

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Sheila explica também que este não é o único motivo. Segundo ela no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, houve um corte de 20% nos efetivos do Estado brasileiro destinados a realizar as entrevistas com cada um dos candidatos a refugiados.

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Atualmente, segundo Sheila, a equipe para atender os estrangeiros contam com apenas 58 pessoas. Um dos obstáculos que a presidente do Conare cita, foi a transformação do refúgio, sob o governo Bolsonaro, em um instrumento de guerra ideológica, principalmente ao usar o fluxo de venezuelanos para atacar governos de esquerda.

Portanto, a ideia do governo é a de reforçar o caráter humanitário da acolhida e do tratamento dos estrangeiros.

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Formalização

Para um estrangeiro ser considerado como refugiado no Brasil e assim ter poder garantir todos os seus direitos, ele precisa apresentar uma solicitação formal, que então será examinada pelo Estado brasileiro.

De acordo com Sheila, no ano passado, 60 mil pessoas eram reconhecidas como refugiadas no país. Entre 2011 e 2021, o Brasil recebeu quase 300 mil solicitações de abrigo. Segundo a pasta, a fila nunca foi tão grande dessa forma.

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