O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, escreveu um longo texto para celebrar o movimento que culminou com o golpe cívico-militar em 1964 que completa 57 anos nesta quarta-feira (31/03). O novo titular do presidente da República, Jair Bolsonaro, destacou que o cenário geopolítico da época corroboraram para que o ato que culminou na derrubada do então presidente João Goulart tivesse sucesso.

Braga Netto também pontuou que a Guerra Fria colaborou com o ato. Ela trouxe insegurança “com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia”, sem citar que o regime que perdurou pelos próximos 24 anos impôs censura à imprensa, a proibição do voto direto para a escolha do presidente da República, a cassação de mandatos de diversos parlamentares, bem como diversos direitos de brasileiros que foram suplantados.

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Apesar do contexto Braga Netto pontua que houve adesão de brasileiros e também da imprensa ao golpe. “Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.”

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Veja a nota do Ministério da Defesa na íntegra:

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“MINISTÉRIO DA DEFESA

Ordem do Dia Alusiva ao 31 de março de 1964

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Brasília, DF, 31 de março de 2021

Eventos ocorridos há 57 anos, assim como todo acontecimento histórico, só podem ser compreendidos a partir do contexto da época.

O século XX foi marcado por dois grandes conflitos bélicos mundiais e pela expansão de ideologias totalitárias, com importantes repercussões em todos os países.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo, contando com a significativa participação do Brasil, havia derrotado o nazi-fascismo. O mapa geopolítico internacional foi reconfigurado e novos vetores de força disputavam espaço e influência.

A Guerra Fria envolveu a América Latina, trazendo ao Brasil um cenário de inseguranças com grave instabilidade política, social e econômica. Havia ameaça real à paz e à democracia.

Os brasileiros perceberam a emergência e se movimentaram nas ruas, com amplo apoio da imprensa, de lideranças políticas, das igrejas, do segmento empresarial, de diversos setores da sociedade organizada e das Forças Armadas, interrompendo a escalada conflitiva, resultando no chamado movimento de 31 de março de 1964.

As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos.

Em 1979, a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia. Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura.

O cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias. As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população.

A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.

O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março.

WALTER SOUZA BRAGA NETTO

Ministro de Estado da Defesa”

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