Anos depois de perder sua principal promessa por menos dinheiro do que gostaria de receber, o Botafogo pode repetir o erro. Após não valorizar Vitinho e ser obrigado a vender o atacante para o CSKA (RUS), o Botafogo manteve a estratégia falha de economizar com jovens atletas por muito tempo e ficou em situação complicada ao tentar a renovação de Sassá e Emerson Santos, revelações que podem até sair de graça caso não entrem em acordo com a direção.
Com Vitinho, em 2013, o Botafogo não conseguiu um acerto e viu a multa rescisória ficar baixa para a qualidade do atleta. O CSKA se aproveitou da situação, pagou os 10 milhões de euros, assinou com o atacante e o levou para a Rússia. Agora, o clube vive situação ainda mais delicada com Sassá e Emerson Santos, que ficam sem contrato em dezembro e poderão sair no fim do ano para outra casa sem qualquer ressarcimento ao clube de General Severiano.
Vitinho subiu para os profissionais em 2012 com salário de R$ 5 mil. No ano seguinte, passou a se destacar e teve um reajuste para apenas R$ 13 mil, valor baixo para o mercado. Nesses moldes, o atacante tinha multa rescisória de 10 milhões de euros. O Botafogo, então, com medo de perder o atleta, passou a negociar um novo contrato.
O Alvinegro primeiro ofereceu R$ 35 mil de salário. O estafe do jogador recusou e fez contraproposta: três anos de contrato com salários crescentes de R$ 50 mil, R$ 70 mil e R$ 90 mil. O Botafogo considerou caro e não cedeu. Essa negociação ocorreu durante o Carioca de 2013, conquistado pelo clube.
Com o início do Brasileiro e as grandes atuações de Vitinho, as propostas foram inevitáveis. E aí ficou tarde para conseguir a renovação. O Botafogo ainda tentou, na base do desespero, manter o atleta. Se antes dizia não ter dinheiro para manter Vitinho, logo ele apareceu para uma proposta de 150 mil mensais, mas apenas até o fim de 2013, sem definir nada com relação a 2014 em diante. A situação irritou bastante o estafe do jogador.
Foi aí que o CSKA entrou na história disposto a pagar os 10 milhões de euros da multa rescisória de Vitinho. Chateado com o que considerou um descaso do Botafogo, ele se animou com a possibilidade de jogar na Europa. O time carioca foi para o tudo ou nada: salários de RS 300 mil. Tarde demais.
SASSÁ E EMERSON
O caso é parecido com os de Sassá e Emerson Santos. O atacante subiu para os profissionais em 2012 com salários de R$ 5 mil. Em janeiro de 2016, após ser emprestado ao Náutico e brilhar na Série B pelo Botafogo, o jogador renovou contrato até o fim de 2017, com vencimentos na casa dos R$ 40 mil.
Ao longo do ano, Sassá voltou a se destacar no Campeonato Brasileiro como artilheiro do time. O Botafogo ofereceu um aumento de R$ 10 mil para ampliar o vínculo, o que foi recusado. O clube chegou até mesmo a afastar o atacante por conta disso e alguns casos de indisciplina.
Sassá conversou com a diretoria e voltou a jogar, mas a renovação segue bem distante, ainda mais após ele ter pedido R$ 5 milhões de luvas e salário de R$ 300 mil. O Botafogo considerou a proposta indecente e o clima entre as partes voltou a ficar ruim. O time, se tiver a grana, precisa pensar em investir para recuperar com venda futura ou perder o atleta de graça em dezembro.
É a mesma situação de Emerson Santos. A diferença é que o zagueiro subiu em 2016 e fez sucesso logo em seu primeiro ano de profissional, sendo titular durante a temporada toda. O jogador recebe R$ 10 mil desde quando foi promovido aos profissionais. Em maio do ano passado, o Botafogo tentou renovação e viu a recusa de uma oferta de R$ 50 mil.
Emerson quer R$ 1 milhão de luvas, além de R$ 200 mil de salário. Apesar de considerar a pedida cara, o Botafogo tenta uma redução para ampliar o vínculo com o atleta, que pode assinar pré-contrato com novo clube a partir de julho. Pelo perfil e pelo futebol apresentado, o defensor tem mais chance de ter sua situação resolvida.