Um “assunto interno” tratado como “sensacionalismo”. Na avaliação de Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), 81, ex-diretor-geral da Globo entre 1967 e 1997, a emissora errou ao tratar em sua programação do caso de assédio envolvendo José Mayer, 67.
“Em primeiro lugar, assédio é inaceitável”, diz à reportagem. “Só dá para analisar esse caso tendo todos os detalhes. Mas acho que [neste caso] não precisava expôr. Isso aí é fazer sensacionalismo.”
No dia 31 de março, a figurinista Susllem Tonani, 28, acusou o ator José Mayer de tê-la assediado com um relato no blog #AgoraÉQueSãoElas, da Folha de S.Paulo.
Nesta terça (4), a Globo informou que suspendeu por tempo indeterminado o ator de suas produções. E José Mayer divulgou uma carta de desculpas.
Essas informações foram noticiadas pela emissora em seus telejornais. No “Jornal Nacional”, a informação teve destaque, e o noticiário registrou ótima audiência, com 32 pontos de média no Ibope da Grande SP (cada ponto equivale a 199,3 mil espectadores).
“Sinceramente, isso é assunto interno, não é assunto para ir para o ‘Jornal Nacional’. Todas as grandes empresas resolvem seus problemas internamente. Tem que averiguar a denúncia e punir”, diz. “O resultado disso aí não é que ‘não houve transparência’, é que acaba transformando um assunto interno em assunto público, com o Brasil com tanta coisa para ser discutida. Colocar seis minutos no ‘Jornal Nacional’ é apelação.”
Ele também critica a carta de José Mayer. “Extensa demais.”
O empresário, que é dono da afiliada da Globo TV Vanguarda, diz que na época em que foi diretor da emissora nunca recebeu denúncia de assédio. “Só por mau comportamento. E quando eu ouvia algum rumor [de má conduta], já mandava chamar a pessoa.”
(FOLHAPRESS)
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