O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) tornou a criticar as medidas de isolamento social, tida por autoridades sanitárias e epidemiologistas, uma das forma mais efetivas de conter o avanço do coronavírus. Em conversa com apoiadores nesta segunda-feira (17/05) chamou de “idiotas” para se referir às pessoas que tem seguido a orientação de “ficar em casa”.
Antes, porém, decidiu fazer um aceno ao agronegócio elogiando o homem do campo e dizendo que eles não pararam de trabalhar em nenhum momento desde o início da pandemia. “O agro realmente não parou. Tem uns idiotas aí, o ‘fique em casa’. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esse cara tinha morrido de fome, esse idiota tinha morrido de fome. Daí, ficam reclamando de tudo”, disse Bolsonaro.
A fala de Bolsonaro se dá um dia após o Brasil voltar a registrar uma acentuação na média móvel de mortes, depois de 15 dias. A média semanal de mortes, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 1.915 neste domingo, superando o resultado de 1.910 do sábado, 15. Este é o sexto dia consecutivo que o índice ficou abaixo de 2 mil. É um indicativo que mais dias difíceis frente à pandemia serão vistos. No total, o País chegou a 435.823 óbitos pela doença desde o início da pandemia.
O painel Geocovid, que realiza projeções em torno dos dados da pandemia prevê que, se houvesse isolamento social, controle no fluxo de pessoas com práticas como o isolamento social, os óbitos por dia dentro dos próximos 30 dias seriam reduzidos vertiginosamente: 879 e com um acumulado de 474.115 até o dia 16 de junho.
No cenário contrário e com livre circulação de pessoas, sem nenhum distanciamento social nem medidas de conter o avanço os números são aterradores: 5.269 óbitos por dia e um total acumulado de 534.524 casos até o próximo dia 16 de junho.