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| Em 5 anos atrás

Bolsonaro volta a criticar governadores e propõe ‘isolamento vertical’

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No dia seguinte ao fazer pronunciamento em cadeia nacional, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar medidas adotadas por governadores para garantir o isolamento social e evitar a disseminação do novo coronavírus.

Em entrevista na saída do Palácio do Planalto, Bolsonaro reiterou que a quarentena vai gerar uma grave crise econômica e eliminar postos de trabalho em todo o país.

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“O que estão fazendo no Brasil, alguns poucos governadores e alguns poucos prefeitos, é um crime. Eles estão arrebentando com o Brasil, estão destruindo empregos. E aqueles caras que falam ‘ah, a economia é menos importante do que a vida’. Cara pálida, não dissocie uma coisa de outra”,  afirmou o presidente.

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Bolsonaro afirmou também que está conversando com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para que seja adotada uma orientação de isolamento vertical. A ação consistiria em garantir a quarentena dos principais grupos de risco.

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“Conversei por alto com Mandetta ontem [terça], hoje [quarta] vamos definir essa situação. Tem que ser, não tem outra alternativa. A orientação vai ser o vertical daqui para frente. Vou conversar com ele e tomar a decisão. Não escreva que já decidi, não”, destacou.

Repercussão negativa

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Várias autoridades repudiaram o pronunciamento feito pelo presidente na noite desta terça-feira (24). O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a fala de Bolsonaro foi equivocada e que os brasileiros devem seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e manter o isolamento. Na mesma linha, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que a declaração foi ‘grave’ e que o Brasil precisa de uma ‘liderança séria’.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, também defendeu que a população fique em casa e pediu “solidariedade” e “co-responsabilidade”. Ex-aliada de Bolsonaro, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse que o presidente foi “irresponsável”, “inconsequente” e “insensível”. “O Brasil precisa de um líder com sanidade mental” completou.

Em contrapartida, o deputado federal goiano, Major Vitor Hugo (PSL), defendeu o discurso do presidente e disse que também é preciso se proteger os empregos da população. Os filhos de Bolsonaro, senador Flávio e deputado Eduardo, também elogiaram o pai e afirmaram que o discurso foi corajoso e na “direção certa”.

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Rafael Tomazeti

Jornalista