Na mais confusa e imprevisível disputa pela Presidência da República desde 1989, 147 milhões de brasileiros estão aptos a votar neste domingo (7) em clima inédito de polarização.
Maior fenômeno eleitoral desde Lula, Jair Bolsonaro (PSL), filiado a um partido nanico, com estrutura mínima de campanha e escasso tempo de TV, chega ao dia do voto liderando as pesquisas e com chance de vencer no primeiro turno.
Seu principal adversário é Fernando Haddad (PT), mas Ciro Gomes (PDT) ainda nutre esperanças de uma onda final que o leve ao segundo turno.
Na véspera da eleição, as principais campanhas fizeram seus últimos eventos. Em Brasília, apoiadores de Bolsonaro, que se recupera em casa da facada levada no último dia 6 de setembro, fizeram uma grande carreata pedindo que a eleição seja decidida já neste domingo.
Em Fortaleza (CE), Ciro disse que não guarda mágoas do PT por não tê-lo apoiado e lamentou que a marca da disputa presidencial tenha sido a “confrontação odienta”. Haddad esteve em Feira de Santana (BA), para tentar consolidar o voto nordestino.
A eleição acontece após quatro anos de uma crise política que levou ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ainda sob o efeito das investigações da Operação Lava Jato, que atingiram os principais partidos.
Agravou o quadro de insatisfação popular uma severa crise econômica que reduziu em 8% a renda per capita do brasileiro desde 2014.
Nos estados, a tendência é de mudança de comando em 16 unidades da Federação. São Paulo deverá ter o primeiro segundo turno em 16 anos, e o PSDB enfrenta sua eleição mais difícil desde 1998.
Deverá haver a troca do grupo político dominante em estados como Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. A tendência é de reeleição na Bahia, Ceará e Pernambuco.