O presidente Jair Bolsonaro (PL) compartilhou em suas redes sociais um vídeo ‘inédito’ em que ele alega ter sido gravado após o episódio da facada em 2018. O conteúdo foi veiculado em meio às críticas que o chefe do Executivo tem recebido sobre sua viagem à Rússia, que vive uma escalada de tensão com a Ucrânia.
No vídeo, Bolsonaro fala por cerca de 3 minutos sobre o ocorrido: “Adianto a todos que eu me preparava para um momento, porque você corre riscos”, disse. O presidente também agradece sua família, médicos e seguidores. “Obrigado, Brasil! Estamos juntos!”, finaliza. Entretanto, mesmo com o discurso realizado, o presidente alega que não se recordava de ter dito as palavras e nem de ter sido gravado.
O presidente, na época candidato à Presidência, foi ferido no dia 6 de setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Naquela altura da disputa eleitoral, ele liderava as pesquisas de intenção de voto, mas enfrentava alta rejeição e era atacado pelos oponentes.
O atentado mudou os rumos da campanha eleitoral em dois sentidos, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. O primeiro é que, aconselhados por seus marqueteiros, os demais candidatos seguraram suas críticas e ataques contra Bolsonaro, pois não queriam aparecer atacando um concorrente que lutava por sua própria vida. O segundo ponto é que a facada gerou uma comoção imediata. A população sentiu-se empática com a situação, o que elevou a popularidade de Bolsonaro na época.
O presidente ainda não bateu o martelo sobre a liderança da sua equipe de marketing para as eleições de 2022, mas é certo que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) seguirá como principal estrategista para as mídias sociais. Ao filho “zero dois” é atribuída a campanha vitoriosa do presidente nas mídias em 2018.
Por influência da ala política do governo, no entanto, o chefe do Executivo avalia e conversa com marqueteiros sugeridos por ministros e por Valdemar Costa Neto, mandachuva do PL. Um dos cotados para assinar os programas do presidente é o publicitário Duda Lima, ligado a Costa Neto. (Por Redação, O Estado de S.Paulo/Estadão Conteúdo)