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Política
| Em 3 anos atrás

Bolsonaro: PP passa a ser possibilidade de filiação; faz parte da regra do jogo

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O presidente Jair Bolsonaro, que voltou a declarar que tem encontrado dificuldades para se filiar a um partido que possa “chamar de seu”, admitiu nesta sexta-feira (23), que o Progressistas (PP) entrou pro rol de siglas ao qual ele pode entrar para concorrer às eleições do ano que vem. Contudo, mesmo com o discurso eleitoral, Bolsonaro voltou a colocar em dúvida sua participação nas eleições. Segundo Bolsonaro, no momento ele não pensa em reeleição. “Não vou falar que sou candidato nem que não sou”.

“Tentei, estou tentado, um partido que eu possa chamar de meu, e possa realmente, se for disputar a presidência, ter o domínio do partido. Está difícil, quase impossível. Então o PP passa a ser uma possibilidade de filiação nossa. Faz parte da regra do jogo”, declarou o presidente em entrevista à Rádio Grande FM, admitindo que em um cenário ideal, ele concorreria de forma independente à presidência.

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A aproximação de Bolsonaro com o Progressistas têm aumentado desde que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) teve sua nomeação anunciada para assumir o Ministério da Casa Civil. A oficialização do senador na Pasta deve ocorrer na segunda-feira, quando o parlamentar retorna do recesso e terá encontro com o presidente, em que Bolsonaro afirmou que irá falar quais serão os “limites” de Nogueira e fazer essa proposta para ele. De acordo com Bolsonaro, a medida provisória para sua nomeação está pronta, mas só irá oficializar Nogueira após esta conversa.

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Réu na Lava-Jato, o senador é representante do chamado ‘centrão’, ala mais fisiológica da política nacional e tem o controle sobre a máquina partidária do PP. Sua nomeação à Casa Civil faz parte da estratégia do governo para ampliar a base de apoio no Congresso, onde a sigla tem dez representantes, na Câmara, e sete no Senado. De acordo com Bolsonaro, a indicação de Nogueira é para tornar o governo mais proativo, “para a gente aprovar nossas propostas”.

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Alvo de críticas pela aproximação do governo com o bloco, que tanto Bolsonaro quanto sua base de governo criticaram durante a campanha eleitoral, o chefe do Executivo voltou a diminuir o caso e afirmar que ‘centrão’ é um nome pejorativo, e que ele mesmo integrou o bloco no passado. “Eu fui do PP por aproximadamente 20 anos”, disse.

Bolsonaro também declarou que é obrigado a se aproximar dos partidos de centro para manter sua governabilidade. Segundo ele, os partidos de centro têm cerca de 200 parlamentares, e que se ele “aleijar” esses deputados, ele fica apenas com 300 para negociar. “Desses 300 que sobram, tem metade que é do PT, PCdoB, PSOL, Rede, Cidadania, que não tem realmente nada em afinidade conosco e sempre votaram contra gente”. Segundo os cálculos de Bolsonaro, sem os partidos de Centro e os de oposição, ele ficaria com apenas 150 deputados. “Com 150 eu não faço nada”.

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Em resposta às críticas pela aproximação com o Progressistas e com os partidos de centro, Bolsonaro disparou: “Se alguém tem alguma bronca contra qualquer parlamentar, não se esqueçam que foram vocês que colocaram”. “Eu busco sempre uma maneira de melhor administrar o Brasil sem conflito. Eu sou taxado de uma pessoa violenta, agressiva, não tem nada disso”, concluiu.

Por Matheus de Souza e Gustavo Côrtes, Estadão Conteúdo

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